Há que descobrir o sentido do envelhecimento. Muitos
pretendem a todo o custo minimizar as marcas do envelhecimento, sobretudo da
senescência corporal, às vezes à custa de procedimentos que carecem de prova
científica e que até podem ser prejudiciais. São de louvar os estilos e
práticas de vida que, sendo saudáveis, podem reduzir a marcha do processo de
senescência, mas a procura de uma juventude permanente, além de irracional, faz
do envelhecimento um tabu, quando afinal devemos acolher a velhice enquanto
processo que leva a uma realização mais plena da pessoa. Como bem refere Andrew
Weil, o envelhecimento e, com ele, a perspetiva mais aguda da própria
mortalidade podem e devem suscitar um importante aprofundamento espiritual.
O envelhecimento será então sentido não como um
fardo, mas como uma oportunidade. Será tempo de olhar para diante com confiança
e, na minha mundividência, com esperança, aquela que levou Michel Renaud a
dizer: “até ao seu último momento, a vida humana está aberta ao seu futuro”.
Mas para todos, com ou sem esta mundividência cristã, a velhice é tempo de
viver com atitude positiva, colhendo na anciania o que ela nos dá de muito bom
e que levou o poeta Robert Frost a afirmar: “A tarde conhece aquilo que a manhã
nunca suspeitou”. O segredo desvelou-o Albert Schweitzer quando disse: "Os
anos enrugam a pele, mas renunciar ao entusiasmo enruga a alma."
Prof. Doutor Henrique Vilaça
Ramos
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