30/09/13

AINDA OS RASTREIOS EM SAÚDE

O texto seguinte, escrito pelo Prof. Walter Osswald, foi publicado pelo jornal Público em 31.07.2013.
 
O rastreio em saúde mais conhecido do público em geral, nos últimos tempos, é, ao menos supostamente, o do cancro da mama através do teste genético de determinação de anomalia no gene designado por BRCA1. Foi a positividade deste teste que levou a atriz Angeline Jolie a submeter-se à dupla mastectomia.
  
A remoção dos dois seios é uma intervenção radical que escapa à lógica usual da intervenção médica: pratica-se uma cirurgia mutilante, removem-se dois órgãos sãos, por haver uma indicação laboratorial de que as probabilidades daquela mulher vir a ter cancro mamário são mais elevadas do que as da população feminina em geral.
  
Hoje já não se aceita uma espécie de determinismo genético, reconhecendo os cientistas que os genes não governam tudo no nosso organismo nem comandam o destino individual. No caso particular do gene BRCA1 (e do seu parente próximo, o BRCA2), estamos longe de assistir a consenso entre os especialistas, no que respeita ao real significado da deteção do seu malfuncionamento.
  
Muito maior é a diversidade de opiniões em relação à atitude recomendada às mulheres com teste positivo: vigilância regular, mastectomia dupla, remoção dos ovários (o quase sempre fatal cancro ovárico está, ao que parece, relacionado com o BRCA1 defeituoso)? Deve expor-se a situação e aceitar sem mais a decisão da mulher? Deve esclarecer-se que o teste pode fornecer resultados falsos?
  
E a estas questões, relacionadas com cada mulher, juntam-se outras, de natureza bem mais vasta. Se o teste permite identificar mulheres com maior probabilidade de virem a ter cancro da mama, não é imperioso disponibilizá-lo para toda a população feminina, no intuito de virmos a reduzir a respetiva incidência (lembramos que se trata da doença maligna mais frequente na mulher)?
  
A esta questão ética não é possível dar resposta sem termos em conta o problema das prioridades em saúde, dado que os meios são reconhecidamente escassos para que possam ser implementadas todas as medidas, comprovada ou eventualmente úteis para a saúde pública. Um rastreio de toda a população feminina adulta acarretaria custos elevadíssimos (o teste custa atualmente cerca de 1000 – 1500 euros; embora a sua larga utilização conduzisse, provavelmente a uma substancial redução do preço, nunca seria um teste barato, dada a sua complexidade): no nosso país, seriam cerca de três milhões as candidatas à realização do teste. Depois, teríamos de equacionar o percurso ulterior das mulheres em que o teste fosse “positivo”: aconselhamento em consulta médica/psicológica, cirurgias especializadas, meios complementares de diagnóstico, seleção dos casos com indicação clínica (neste caso, duvidosa), acompanhamento; tudo isto com custos adicionais incalculáveis (no sentido de elevados e de não calculáveis).
  
Atendendo ao conjunto de circunstâncias, parece poder concluir-se que não há lugar para um rastreio por meio do teste genético. O que sabemos é que o programa em vigor na medicina atual (auto-exame, mamografia, ecografia, ressonância nos casos de dúvida ou suspeita) é eficaz e exequível; e que as mulheres cujas parentes próximas (mãe, irmãs, filhas) tenham tido cancro da mama estão em maior risco do que as que não tiveram familiares com a doença.
  
É preciso que a comunidade não entre em pânico ou excessiva inquietação quando notícias destas circulam nos meios de comunicação e nas redes sociais – apesar das suas debilidades e erros, a medicina está atenta e continua a ser a melhor guardiã da saúde pública.
 
Prof. Doutor Walter Osswald,
Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa

25/09/13

HIPERATIVIDADE E DÉFICE DE ATENÇÃO


O meu colega e amigo Dr. Filipe Silva, especialista em Pediatria do Desenvolvimento, está empenhado num projeto de empreendedorismo social que tem por objetivo apoiar e promover o desenvolvimento saudável e uma integração familiar e social bem sucedida das crianças com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA). Poderá obter mais informações sobre este interessante projeto aqui.

23/09/13

DOENÇA VENOSA CRÓNICA: 10 CONSELHOS ÚTEIS

1. Exercitar as pernas em todas as circunstâncias
As posições prolongadas de pé e sentado (em particular as pernas cruzadas) devem ser evitadas, uma vez que elas conduzem à insuficiência venosa. O peso do sangue e a falta de exercício favorecem a estagnação do sangue nas veias. Caso a sua atividade profissional o obrigue a estar sempre sentado, ou de pé, é necessário andar um pouco durante o dia ou fazer movimentos circulares com os pés. Do mesmo modo, durante as viagens longas de carro, comboio ou avião, e sempre que possível, ande um pouco para permitir a circulação do sangue nas veias.
 
2. Escolher um desporto apropriado
A prática regular e com sapatos apropriados da marcha a pé é a atividade mais benéfica para a circulação venosa. A planta dos pés, devido a estar bastante irrigada por vasos venosos, funciona como uma bomba que movimenta o sangue. A cada passo, vai comprimir as veias dos pés, o que impulsiona o sangue para cima até às pernas. Depois, a contração dos músculos da perna favorece a subida do sangue até ao coração. Por estas razões, a prática da ginástica, do ciclismo, dança, natação ou golfe, facilita a circulação venosa. Pelo contrário, são desaconselhados os desportos que obrigam a movimentos bruscos, como o ténis, basquetebol, squash, etc. Estes desportos provocam variações na pressão do sangue nas veias, o que vai provocar a  dilatação dos vasos e menor circulação de sangue até ao coração.

3. Evitar lugares quentes
As variações de temperaturas modificam o comportamento das veias. Um aumento do calor nas pernas favorece a dilatação das veias, diminuindo a circulação venosa. Devem ser evitadas, ou diminuídas, todas as exposições ao calor: calor do sol, depilação com cera quente, banhos quentes, sauna e vestuário muito quente.

4. Procurar lugares frescos
A influência do frio é importante porque é favorável à contração das veias. Um duche de água fria nas pernas , ativa a funcionalidade das suas veias e alivia a sensação de peso e dor nas pernas. Caminhar à borda de água na praia, é muito útil porque associa o exercício à temperatura baixa.

5. Prevenir a prisão de ventre e o excesso de peso
A prisão de ventre e o excesso de peso são dois fatores responsáveis pelo aumento da pressão sanguínea nas veias, por isso, e para evitar estes problemas, deve fazer uma alimentação rica em fibras (ex. vegetais), uma boa hidratação (consumo diário de 1 litro e meio de água) e consumir menos gorduras saturadas (ex. manteiga, carne de porco).

6. Usar vestuário apropriado
O vestuário apertado comprime as veias e bloqueia a circulação do sangue nas pernas. Deve escolher um vestuário confortável e largo, evitando as calças muito estreitas, meias com elástico ou cintos apertados.

7. Usar sapatos apropriados
Os sapatos de salto alto reduzem a superfície de apoio do pé, tal como os sapatos planos sem salto que aumentam demais essa superfície, o que vai diminuir a circulação do sangue dos pés para as pernas. Por isso, os sapatos devem ter idealmente 3 a 4 cm de altura.

8. Facilitar a circulação sanguínea durante o sono
Para melhorar a circulação do sangue durante o sono, deve fazer alguns movimentos de pedalar antes de dormir e levantar os pés da cama 10 a 15 cm.

9. Reconhecer as situações que podem agravar os problemas venosos, como a gravidez ou a contraceção oral
A doença venosa é mais frequente na mulher devido à influência das hormonas (progesterona e estrogénio). Os estrogénios aumentam a permeabilidade das veias e a progesterona é responsável pela sua dilatação. Durante a gravidez, estas hormonas existem em grande quantidade, daí o elevado risco de insuficiência venosa nestas mulheres. Estas hormonas existem também nas pílulas contracetivas. Deste modo, é indispensável uma supervisão médica regular.

10. Massajar as pernas o mais frequentemente possível
A massagem das pernas, de baixo para cima, melhora a circulação do sangue para o coração.

Recomendações da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV)

18/09/13

MELANOMA: É MELHOR PREVENIR




Mais uma apresentação muito elucidativa do Dr. Mike Evans, desta vez sobre o melanoma cutâneo e a melhor forma de o prevenir.

16/09/13

QUESTÕES ÉTICAS NOS RASTREIOS EM SAÚDE

O texto seguinte, escrito pelo Prof. Walter Osswald, foi publicado pelo jornal Público em 26.06.2013.

Nos últimos tempos, e sem dúvida com a intervenção de casos ou figuras mediáticas, tem-se debatido o papel em saúde pública dos variados rastreios que é possível levar a cabo, no intuito de detetar precocemente situações de doença que possam ser tratadas em tempo útil – ou até diagnosticar riscos elevados de contrair determinada doença, em indivíduo sem manifestações patológicas, que se pode pois considerar são.

Os rastreios parecem reunir todas as condições para serem incentivados e levados à prática: é óbvio que a Medicina vê na prevenção uma das suas mais prementes e importantes tarefas. Se o auto-exame, as consultas médicas a intervalos regulares e a realização de ecografias e mamografias são hoje consideradas medidas aconselháveis a toda a população feminina de certos estratos etários (limite mínimo geralmente estabelecido nos 40 anos) para diagnóstico precoce do cancro da mama, não é possível falar-se de um plano nacional que configure essas mesmas medidas.

De forma similar, o despiste de lesões malignas ou pré-malignas do cólon (por colonoscopia, recomendada a partir dos 50-60 anos, a realizar a intervalos regulares) não encontrou institucionalização no âmbito do plano nacional de saúde. Ainda menos se vislumbra a eventualidade de incluir nesse plano outros rastreios, como o do cancro da próstata ou o do melanoma cutâneo.

Em recentes anos, surgiu uma nova e perturbadora possibilidade de proceder à determinação do genoma de uma pessoa e de nele detetar características genéticas indiciadoras do futuro aparecimento de determinada doença. Note-se, desde logo, que excluindo raras doenças ligadas a um carácter dominante, na maioria dos casos os dados obtidos apenas podem ser expressos em graus de probabilidade e que a margem de erro desses testes (isto é, a obtenção de resultados falsos, positivos ou negativos) é considerável. Levantam-se, neste caso, dúvidas muito sérias, relativas a questões éticas (confidencialidade dos dados, responsabilidade dos analistas, direitos de familiares, capacidade de exigir a análise, etc.) e económicas (custos, comparticipação), mas o problema essencial tem a ver com o facto de tais testes poderem ser livremente adquiridos no mercado da internet, sem indicação ou prescrição médica; e de terceiros facilmente poderem ter acesso a material biológico de uma pessoa (ex. saliva) e de procederem à respetiva análise, sem autorização e no desconhecimento do indivíduo visado.

A recente revelação, por Angeline Jolie, de que tinha procedido a mastectomia bilateral, por ter realizado um teste que revelou uma anomalia num gene, de que resultou uma elevada probabilidade de poder vir a ter cancro da mama, desencadeou uma onda de inquietação, receio e angústia em inúmeras mulheres, que não encontraram lenitivo nos comentários tranquilizadores dos clínicos e especialistas. Este é mais um caso em que a informação veiculada pelos meios de comunicação não se revelou socialmente útil, antes gerou medo e sofrimento psicológico.
 
 
 
 
Prof. Doutor Walter Osswald,
Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa

11/09/13

DEITAR CEDO E CEDO ERGUER…


A sabedoria popular reconhece há séculos a importância de uma noite bem dormida, para o que contribui deitar cedo e manter hábitos de sono regulares
 
 Eis alguns conselhos para dormir bem, ou pelo menos melhor:
  
- Evite refeições pesadas e muitos líquidos à noite;
- Não beba café e outras bebidas com elevado teor em cafeína a partir das 14 horas;
- Apague todas as luzes;
- Evite atividades estimulantes antes de deitar, como ver televisão ou trabalhar no computador;
- Adquira colchões confortáveis e silenciosos.
 
Dormir a sesta poderá ser benéfico para quem tiver esse hábito. Caso contrário, não há geralmente grande vantagem em dormir durante o dia, pois poderá prejudicar o período de sono noturno. Segundo alguns especialistas, a regularidade na hora de deitar é ainda mais importante que o número total de horas de sono.

02/09/13

COLESTEROL: O QUE PRECISA DE SABER


O colesterol – substância lipídica normal, que circula no nosso sangue ligado a proteínas, pode condicionar ao longo dos anos, quando elevado, o aparecimento de aterosclerose: o tipo de arteriosclerose que facilita a progressiva ou súbita obstrução das nossas artérias, dificultando a passagem do sangue, e provocando as mais graves doenças cardiocerebrovasculares: angina de peito, enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, etc. Estes perigos derivam essencialmente da sua fração LDL (Low Density Lipoproteins) enquanto a fração HDL (High Density Lipoproteins) funciona como protetora. Quanto mais altos forem o colesterol total e a fração LDL (“colesterol mau”) pior, e quanto mais elevado o HDL (“colesterol bom”), melhor.
  
2. Os níveis de colesterol podem subir gradualmente com a idade dependendo de muitos fatores, uns genéticos (por exemplo hipercolesterolémia familiar), alguns síndromes metabólicos, outros derivados do nosso estilo de vida: erros alimentares, falta de atividade física, etc. É sobre estes últimos que podemos atuar – procurando corrigir a alimentação, o sedentarismo e o excesso de peso, para que o colesterol suba menos (e isso é também verdadeiro mesmo quando há tendência genética).
  
3. Todos nós, devemos procurar saber o valor do nosso colesterol no sangue: “saiba o seu número” dizem os americanos.
• Se for normal (igual ou menor que 190 mg/dl) só é preciso repetir a análise em novo check-up (cada 3 ou 4 anos).
• Entre 190 e 220 deve adotar uma alimentação mais “correta, equilibrada e inteligente” e um estilo de vida mais saudável (isto é sem tabaco e com mais exercício) e repetir a análise dentro de 2 ou 3 meses, falando com o seu médico sobre o seu risco em conjunto com os outros fatores de risco de doença cardiocerebrovascular, sexo, idade, tabaco e açúcar no sangue.
• Se for maior que 220 mg., consulte o seu médico de família, pois poderá ter de fazer mais qualquer coisa, p. ex. medicamentos.
• Se for menor do que 150 é bom, mas deverá ouvir também o seu médico.
• O tratamento deverá trazer o colesterol total para valores ≤190 e o LDL para ≤115. Todavia, se já é doente cardiocerebrovascular, ou tem doentes precoces na família, aponta-se para LDL ≤100 (alguns pedem 70). O HDL deverá ser maior que 45 na mulher e 40 no homem.
  
4. A necessidade de conhecer o valor do colesterol no sangue é imperiosa, inclusive nas crianças – cuide bem dos seus sub-20 (dos 0 aos 19 anos de idade) no caso de terem antecedentes familiares de doença ou mortes precoces por patologia aterosclerótica: doença cerebrovascular, doença coronária ou de outras artérias (membros inferiores, etc.), ou grave hipercolesterolémia (isto é, maior que 300 mg/dl) ou com manifestações cutâneas suspeitas – xantelasmas ou xantomas – que são acumulações de colesterol sob a pele, mais frequente nas pálpebras ou nos cotovelos. Em todos os casos a prevenção ativa (dieta e exercício) ajuda a reduzir os riscos.
 
5. Devem vigiar o colesterol com particular cuidado, todos os fumadores, os doentes diabéticos (ou com intolerância à glicose) e todos os que tenham hipertensão arterial ou doença vascular (p. ex. cerebral, coronária, das carótidas ou dos membros inferiores).
  
6. A principal arma para prevenir o aumento do colesterol é a alimentação.
Uma alimentação correta, equilibrada, saudável e inteligente implica:
• Um nível baixo na quantidade total de gordura.
• Eliminar o mais possível as gorduras ditas “saturadas” (gorduras da carne, manteiga, queijo e leite gordos, ovos, miolos e vísceras, gorduras vegetais tratadas industrialmente (margarinas duras) ou transaturadas por sucessivas frituras.
• Preferir gorduras vegetais, mono ou poli-insaturadas (azeite e outros óleos vegetais como milho, girassol, soja, grainha de uva) ou gordura de peixe (também monoinsaturada).
• Preferir carnes brancas (p. ex. de aves: frango, peru, tirando-lhes a pele).
• Consumir peixe 3 ou 4 vezes por semana (ricos em ácidos gordos ómega 3 ou ómega 6, que são particularmente benéficos).
• Aumentar muito o consumo de vegetais (para mais de 400 gr. por dia): sopas de hortaliças, todos os legumes, saladas, fruta.
• Optar por um maior consumo de cereais (pão de segunda ou preparados ricos em fibras como p. ex. trigo ou arroz integral, farelo ou gérmen de trigo).
• Consumir mais leite magro ou outros produtos lácteos (iogurtes, queijo, etc.) também magros.
• Pode consumir bebidas alcoólicas, mas apenas de forma moderada (2 ou 3 dl de vinho tinto/dia ou 2 cervejas), se já tiver esse hábito e não tiver contraindicações (doença do fígado, excesso de peso ou obesidade).
  
7. Contribuem também para reduzir os efeitos do colesterol aumentado (ou mesmo reduzir o colesterol LDL e aumentar o HDL) a correção de algumas atitudes e comportamentos de risco, e de alguns fatores biológicos, a saber:
• Reduzir o excesso de peso e a obesidade, se possível para o peso normal (não exceder em Kg os centímetros acima do metro. Outra forma de avaliação será o índice de massa corporal (manter entre 18,5 e 25 kg/m2).
• Reduzir o perímetro do abdómen para menos que 82 cm para as mulheres e 94 cm para os homens.
• Vigiar a glicemia (< 126 mg em jejum ou hemoglobina glicada < 6%) e prevenir ou tratar a diabetes.
• Controlar a hipertrigliceridémia (para menos que 150 mg/dl após 12h de jejum), com atenção especial ao álcool e ao abuso de açúcar e doces, outros hidratos de carbono, e total de calorias.
• Reduzir o stress excessivo na vida de todos os dias.
• Diminuir o sedentarismo aumentando a atividade física diária – passeio a pé de 30 a 60 min/dia todos os dias, ou iniciar mesmo uma atividade desportiva (após exame médico).
  
8. O tratamento da hipercolesterolémia depende, na maioria dos casos, da dieta (para baixar o colesterol LDL - o “mau”), do exercício (que faz baixar o colesterol total e o LDL e subir o colesterol HDL - o “bom”), da medicação se for necessária, e do controlo médico dos outros fatores de risco que, para níveis iguais de colesterol, agravam muito os seus efeitos prejudiciais:
• Tabaco (parar já).
• Hipertensão arterial (normalizar a pressão para valores ≤ 130/85 mm Hg ou 120/80 mm Hg se for diabético ou tiver doença renal crónica).
• Diabetes ou intolerância à glicose (controlar com dieta e exercício, ou também com medicação).
• Obesidade e excesso de peso – corrigir com dieta e exercício, e eventualmente com medicação, aconselhamento nutricional e acompanhamento psicológico.
  
9. Quando a hipercolesterolémia não normaliza com dieta rigorosa (em termos de gorduras saturadas, e de colesterol, na alimentação) e com o incremento da atividade física (para além dos passeios diários a pé) pode ter de recorrer a uma terapêutica farmacológica: são vários os medicamentos ativos que baixam o colesterol “mau”, e alguns até fazem subir o “bom”. Podem mesmo associar-se novos medicamentos que começam por reduzir a absorção intestinal das gorduras. A responsabilidade e orientação destas terapêuticas cabem ao seu médico assistente.
  
10. De notar que todas as recomendações que atrás fizemos (para prevenir ou reduzir a hipercolesterolémia) se tornam particularmente importantes, ou mesmo obrigatórias, se se tratar de pessoas que já tiveram qualquer manifestação clínica de:
• Insuficiência vascular cerebral (isquemia transitória, ou mesmo trombose ou hemorragia cerebral)
• Doença das artérias coronárias (angina de peito, enfarte do miocárdio ou arritmias graves)
• Insuficiência arterial periférica (vasos do pescoço, dos membros ou de outros territórios vasculares).
 
Fonte: Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva (Prof. Fernando de Pádua)