23/03/11

SEM NOME


Era tão pequeno, que ninguém o via.
Dormia, sereno, enquanto crescia.
Sem falar, pedia - porque era semente-
Ver a luz do dia
Como toda a gente.

Não tinha usurpado a sua morada.
Não tinha pecado; não fizera nada.
Foi sacrificado enquanto dormia;
Esterilizado com toda a mestria.

Antes que a tivesse, taparam-lhe a boca;
Tratado, parece, qual bicho na toca,
Não soltou vagido, não teve amanhã;
Não ouviu “Querido”…Não disse “Mamã”…

Não sentiu um beijo; nunca andou ao colo;
Nunca teve o ensejo de pisar o solo;
Pezito descalço, andar hesitante,
Sorrindo no encalço do abraço distante.

Nunca foi à escola, de sacola ao ombro,
nem olhou estrelas com olhos de assombro.
Crianças iguais à que ele seria,
Não brincou com elas, nem soube que havia.

Não roubou maçãs, não ouviu os grilos;
Não apanhou rãs nos charcos tranquilos.
Nunca teve um cão, vadio que fosse,
A lamber-lhe a mão à espera do doce.

Não soube que há rios e ventos e espaços,
E invernos e estios, e mares e sargaços;
E flores e poentes, e peixes e feras
- as hoje viventes e as de antigas eras.

Não soube do mundo: não viu a magia.
Num breve segundo, foi neutralizado
Com toda a mestria, com as alvas batas,
Máscaras de entrudo, técnicas exactas.

Mãos de especialistas
negaram-lhe tudo
(o destino inteiro…)
- porque os abortistas
nasceram primeiro.

Poema de Renato de Azevedo

15/03/11

A INTOLERÂNCIA DOS “TOLERANTES”

A Comissão Europeia editou uma Agenda Escolar para 2010/11, distribuída a mais de 3 milhões de alunos de países da União Europeia, que inclui as principais celebrações religiosas hindus, muçulmanas, sikhs e judaicas, mas omite todas as festividades cristãs, incluindo o Natal e a Páscoa!
 
Esta decisão traduz a intolerância, sectarismo e discriminação para com os cristãos por parte dos responsáveis políticos europeus, à semelhança do que se tem verificado em muitos lugares do mundo.

Fariam bem em escutar o conceituado filósofo alemão Jürgen Habermas, que apesar de ateu tem a lucidez de reconhecer que «o Cristianismo, e nada mais, é o fundamento principal da liberdade, da consciência, dos direitos humanos e da democracia, os pilares da civilização ocidental. Até hoje, não temos outras opções. Continuamos a alimentarmo-nos a partir desta fonte. Tudo o resto é conversa pós-moderna».

[Christianity, and nothing else, is the ultimate foundation of liberty, conscience, human rights, and democracy, the benchmarks of Western civilazation. To this day, we have no other options. We continue to nourish ourselves from this source. Everything else is postmodern chatter.
Jürgen Habermas]

14/03/11

VARIZES INTERNAS: VERDADE OU FICÇÃO?

É muito frequente os pacientes falarem em “varizes internas” como uma causa possível dos seus males. Alguns médicos rejeitam totalmente esta designação mas, a meu ver, ela não é completamente falsa. Isto porque há efetivamente varizes internas, ou seja, dilatações varicosas de veias do sistema superficial que, apesar de se situarem no tecido subcutâneo podem por vezes não ser visíveis ou palpáveis e apenas reveladas por um exame imagiológico. No entanto, esta expressão normalmente significa a eventualidade de poder haver insuficiência venosa, em pacientes sem varizes visíveis clinicamente (nem externas nem internas), que apenas um exame ecográfico com doppler revelará.

02/03/11

HOMEOPATIA: CURAR O MAL COM O MAL

O Prof. António Vaz Carneiro, Diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, da Faculdade de Medicina de Lisboa, em entrevista recente à revista Visão, é categórico em afirmar não haver qualquer evidência científica da eficácia da homeopatia, apesar da popularidade destes pseudo-medicamentos. Pode ver essa entrevista aqui.