30/01/13

INOVAÇÃO MÉDICA: ÓCULOS AUTO-REGULÁVEIS

Joshua Silver, um cientista inglês, inventou um tipo de óculos cuja graduação é regulada pelo próprio utilizador. Além de serem baratíssimos (cada par custa apenas uma libra esterlina), não requerem uma observação prévia por um oftalmologista ou optometrista, pelo que se destinam aos países em desenvolvimento, onde o acesso aos serviços de saúde é muito limitado.


28/01/13

HOMEOPATIA: QUE VERDADE?


Edzart Ernst é um homem invulgar. Concluiu a licenciatura em Medicina em 1978 na Alemanha, seu país natal, e praticou a homeopatia durante alguns anos. Porém, a sua honestidade intelectual levou-o a investigar em profundidade a validade científica desta terapia alternativa. As suas conclusões são semelhantes às de centenas de estudos científicos realizados nas últimas décadas, que afirmam que os efeitos benéficos que alguns pacientes referem na sequência de tratamentos com produtos homeopáticos se baseiam exclusivamente no conhecido efeito placebo. Este efeito traduz a ação de um produto não ativo, do ponto de vista farmacológico, que em determinadas situações, em alguns doentes, produz um efeito real benéfico para a situação clínica em causa. Para isso contribuem diversos fatores, nomeadamente do foro psicológico, tais como a confiança do paciente no produto, a convicção do médico ou uma boa relação médico-paciente.
 
Ernst emigrou em 1993 para o Reino Unido e é Professor Emérito da cadeira de Complementary Medicine da Universidade de Exeter e um dos maiores especialistas mundiais sobre terapias alternativas. Todos os que se interessam por este tema deveriam visitar o seu blogue: http://edzardernst.com
 
O médico escritor português do século XIX Júlio Dinis alude num dos seus poemas (Similia Similibus) à “nova seita” e “novo sistema” que a homeopatia representava nessa época.

Nova seita proclamaram
De Esculápio os descendentes;
Dão vivas os boticários,
Estremecem os doentes.

Mas que achado! Os velhos médicos
Vêem o passado com mágoa;
Estes, de novo sistema,
Aquecem água com água.

O fogo apagam com fogo,
Dão vista aos cegos, cegando,
E até p'ra coroar a obra,
Curam da morte... matando.

23/01/13

DOENÇA VENOSA DOS MEMBROS INFERIORES



A doença venosa dos membros inferiores, que se manifesta pelo aparecimento de varizes (veias dilatadas e tortuosas) é muito frequente. Na maioria das vezes existe uma predisposição genética para o seu aparecimento, sendo comum a história de varizes na família.

O diagnóstico de doença venosa é da responsabilidade do médico, com base na história clínica e exame físico. Os sintomas mais comuns, como a sensação de pernas pesadas, sensação de pernas inchadas, dor, desconforto ou comichão nos membros inferiores, têm a particularidade de agravarem de intensidade no tempo quente e na posição de pé, especialmente ao final do dia. Além disso, normalmente não aliviam com medicação analgésica ou anti-inflamatória.

O ecodoppler venoso dos membros inferiores é um exame importante para a confirmação do diagnóstico.
 
Alguns Conselhos

  Praticar atividade física moderada (andar a pé, ginástica, dança, natação, ciclismo);

  Evitar exposição ao calor e água quente (sol, lareira, sauna, jacuzzi);

  Evitar estar em pé imóvel por períodos prolongados ou estar sentado/a com as pernas cruzadas;

  Evitar o uso de roupas apertadas e sapatos de salto alto ou sem salto. Os sapatos devem ter  3-4cm de altura no calcanhar;

  Evitar o excesso de peso e a prisão de ventre;

  Dormir com os pés da cama elevados 10-15cm;

  Não fumar.
 
Tratamento
 
A evolução da doença venosa pode ser atrasada através da utilização de meias elásticas e medicação. Quando surgem varizes tronculares (dilatadas) o tratamento é geralmente cirúrgico, através de técnicas clássicas como o stripping e a flebectomia, ou utilização de técnicas minimamente invasivas como a radiofrequência ou o laser endovascular. A modalidade de tratamento cirúrgico mais frequente consiste na laqueação e excisão da veia safena interna e/ou externa e seus ramos insuficientes, de um ou ambos os membros, preservando-se a integridade do sistema venoso profundo e restabelecendo-se o correto funcionamento do sistema venoso superficial. Trata-se de um procedimento relativamente simples, podendo ser realizado sob anestesia local, geral ou epidural, em regime de ambulatório ou internamento, com muito bons resultados do ponto de vista estético e funcional.

16/01/13

MANTER A CHAMA ACESA NA MEDICINA


Os profissionais de saúde são um grupo de elevada prevalência de stress ocupacional, quer por fatores  intrínsecos ao trabalho, como  p. ex. o trabalho excessivo ou falta de condições para o exercer condignamente, ou por fatores extrínsecos, como p. ex. dificuldade nos relacionamentos interpessoais. O texto seguinte, da autoria do Prof. David Chaput de Saintonge, Diretor de Educação da PRIME – Partnerships in International Medical Education, apresenta dez sugestões que poderão ajudar os profissionais de saúde a encararem a sua profissão com maior satisfação e a contrariarem o desânimo, a falta de empatia e a desumanização nos serviços de saúde.
 
1. Stay away from cynics. Keep away from people who are always grumbling, criticising and pessimistic about the fundamental goodness of human nature. If you stay with them, you risk becoming like them.

2. Stay close to your patients. Listen to them and try to understand their sufferings so that it is easy to identify with them. One of the major causes of lack of compassion is a sense of distance between yourself and the sufferer. This may be caused by differences in race, language, religion, cleanliness – or just about anything. If you find yourself without compassion for a patient, ask yourself what is causing the distance. To remain fully present in the face of suffering requires maturity and both internal and external resources. These are provided by the three ‘F’s – faith, family and friends.

3. Remember your wounds. There is a saying ‘never trust a doctor who does not bear a wound.’ How often have you had people say ‘I know just how you feel.’ and you have thought ‘Oh no you don’t. You have never experienced what I’m going through right now.’ Although your physical, mental and spiritual wounds will cause you to suffer, they are a valuable cause of compassion for your patients. They will help you reduce the distance.

4. Stop for the one. You can always make a difference to someone; you can never make a difference to everyone. It’s tempting to rush on by and be overcome by business. Time pressure often has a devastating effect on altruistic behaviour which may only be shown when social norms permit.

5. ‘Weep with those who weep and mourn with those who mourn.’ Don’t be afraid to express your emotions. That is what makes you human and not a machine. Patients want to be treated by humans. The evidence suggests that patients feel supported by displays of emotion by their doctors, especially anger if it is on the patient’s behalf.

6. But remember their suffering is not your suffering. Compassion fatigue is a real problem for the empathic doctor who becomes overwhelmed with the suffering of his patients and cannot escape. Make sure that you are well resourced and exercised both physically, mentally and spiritually.

7. Be thankful for all the blessings you have. This will help keep you both compassionate and content. Some people write a short note to themselves at the end of each week simply listing the things for which they are thankful in their lives.

8. Work closely with good role models for compassionate relationships, both medical and non-medical. It seems likely that a combination of your mirror neurones activity and neuroplasticity will gradually alter the way your brain is structured and the way it works. Both good and bad attitudes can be learnt in this way. In the same way, if you practice compassion yourself, the structure of your brain will change and so will you as a person and as a doctor.

9. Make conscious judgements of which actions show compassion and which do not, both in yourself and in others. This use of your emotional intelligence keeps you alert and tuned in to what is happening and keeps you on track.

10. Admire what is good; oppose what is bad. You have the power and the responsibility to develop a caring environment where you are. You are a role model and an influence for good, not just with your students and your peers but also those who are senior to you. Several times in my life my students have set me straight when my attitude was not as it should have been.

09/01/13

O ABOMINÁVEL EDEMA LINFÁTICO



O edema linfático, ou linfedema, resulta da insuficiência ou obstrução da circulação linfática de um ou mais membros, levando a uma acumulação de linfa no tecido intersticial. Inicialmente o aumento de volume do membro (edema) é transitório, mas ao longo do tempo torna-se permanente e irreversível.

Pode resultar de uma anomalia congénita (linfedema primário) ou, mais frequentemente, ser causado por uma infeção cutânea, doença venosa (trombose venosa profunda) ou oncológica, parasitose (elefantíase), cirurgia ou radioterapia (p. ex. no tratamento do cancro da mama). Nestas situações em que há uma causa identificável, o linfedema é considerado secundário.

Uma característica do edema linfático dos membros inferiores é afetar a região dorsal e dedos do pé, o que permite distingui-lo de edemas de outra natureza. O linfedema facilita a ocorrência de processos infeciosos (celulite, linfangite, erisipela), que agravam o quadro clínico uma vez que obstruem os vasos linfáticos.

O diagnóstico pode ser feito a partir da história e observação clínicas. Contudo, a realização de um ecodoppler venoso dos membros inferiores permitirá analisar se existe doença venosa associada.

O tratamento do edema linfático é difícil. Inclui medidas gerais de prevenção, nomeadamente cuidados de higiene adequados, exercício físico, elevação do(s) membro(s) afetados, massagem de drenagem linfática, terapêutica farmacológica e compressão elástica. É também fundamental o tratamento imediato de infeções cutâneas, muitas vezes com antibióticos de largo espetro.

02/01/13

TABAGISMO E DOENÇA VENOSA


Além da associação bem conhecida entre o consumo de tabaco e o aumento exponencial de inúmeras doenças cardiovasculares e oncológicas, está também cientificamente demonstrado que o tabagismo é um fator de risco para o desenvolvimento de varizes.

Mais uma boa razão, entre muitas outras, para os fumadores deixarem de fumar.