08/12/11

O DOM DA VIDA

A vida é uma oportunidade: aproveita-a
A vida é uma beleza: admira-a
A vida é um dom: aprecia-o
A vida é um sonho: realiza-o
A vida é um desafio: aceita-o
A vida é um dever: assume-o
A vida é um jogo: joga-o
A vida é cara: preserva-a
A vida é um tesouro: conserva-o
A vida é um amor: saboreia-o
A vida é um mistério: aprofunda-o
A vida é uma promessa: cumpre-a
A vida é uma tristeza: ultrapassa-a
A vida é uma canção: canta-a
A vida é uma luta: trava-a
A vida é uma tragédia: enfrenta-a
A vida é uma aventura: ousa-a
A vida é uma sorte: merece-a
A vida é preciosa: não a destruas
A vida é VIDA: luta por ela!

Madre Teresa de Calcutá (1910-1997)


Life is an opportunity, benefit from it.
Life is beauty, admire it.
Life is bliss, taste it.
Life is a dream, realize it.
Life is a challenge, meet it.
Life is a duty, complete it.
Life is a game, play it.
Life is costly, care for it.
Life is wealth, keep it.
Life is love, enjoy it.
Life is mystery, know it.
Life is a promise, fulfill it.
Life is sorrow, overcome it.
Life is a song, sing it.
Life is a struggle, accept it.
Life is tragedy, confront it.
Life is an adventure, dare it.
Life is luck, make it.
Life is too precious, do not destroy it.
Life is life, fight for it.

06/12/11

NATAL EM SEGURANÇA

Trata-se de uma campanha da Direção-Geral do Consumidor que chama a atenção para alguns cuidados a ter na época natalícia e alerta para os perigos de alguns brinquedos. Pode ler o documento aqui.

28/11/11

TESTAMENTO VITAL: SERÁ MESMO NECESSÁRIO?

O testamento vital, mais do que uma “conquista civilizacional”, como alguns advogam, traduz uma diminuição crescente da confiança nos médicos nas sociedades desenvolvidas. O texto seguinte, escrito pelo Prof. Daniel Serrão, é uma excelente introdução a um assunto que está na ordem do dia:
 
Por “testamento vital” entende-se um documento, escrito por uma pessoa na plena posse das suas capacidades de decisão, no qual são apresentadas instruções sobre o que um médico pode ou não fazer, quando o subscritor do documento não estiver em condições de exercer a sua autonomia e o seu direito ao consentimento, após informação sobre o seu estado de saúde e sobre o que o médico lhe propõe para a tratar.
Fica claro que, neste documento, a pessoa tipifica, com maior ou menor rigor, os tratamentos que supõe que o médico lhe irá aplicar em futuras situações de doença, em que ela não possa ser informada e decidir. Por exemplo por estar em coma, não podendo receber uma informação médica correcta para poder decidir, dando ou não o seu consentimento. Por faltar esta informação actual sobre a situação real, decidir sobre uma hipótese de doença e uma hipótese de tratamento, envolve os maiores riscos para a pessoa. Pode admitir-se que a pessoa, se pudesse ser informada da real situação em que de facto se encontra, a sua decisão seria diferente da que está no tal testamento.
   
É também evidente que a redacção deste documento indica que a pessoa que o escreve não tem confiança na capacidade de o médico avaliar bem a sua situação e tomar a decisão mais adequada para proteger o seu melhor bem. Que pode ser, em alguns casos, interromper tratamentos fúteis ou inúteis e ajudar a pessoa, com o cuidado paliativo, a viver o seu processo de morte, com a maior dignidade.
Esta desconfiança não tem, em geral, qualquer justificação. Os médicos já sabem, hoje, reconhecer os limites do esforço terapêutico, sabem avaliar com rigor a incurabilidade e, na sua imensa maioria, dão aos doentes terminais o cuidado paliativo adequado a cada situação. As Unidades de Cuidados Intensivos praticam um intensivismo útil, racionalmente avaliado e eticamente ponderado, pelo que merecem a maior confiança dos cidadãos.

Se, não obstante, se quiser legislar em Portugal, como sucede em alguns Países europeus, a legislação tem de tomar em consideração os aspectos mais delicados das pessoas que decidem elaborar um destes documentos. Desde as formas de garantir que a declaração é autónoma, bem consciente e bem informada e que não há pressões externas que enviesem a decisão, até uma disposição clara sobre a impossibilidade de usar o testamento para tentar impor, ao médico, a prática da eutanásia ou do suicídio assistido, a lei terá de estabelecer, de forma juridicamente segura, que o médico vai tomar em consideração o que está escrito no testamento, mas que é ele quem tem a última palavra sobre o que vai, ou não, fazer à pessoa que está a seu cargo. Com testamento ou sem testamento, quando uma pessoa doente não está em condições de receber a informação e de dar ou não, o seu consentimento, é ao médico que cabe a responsabilidade de decidir. Segundo as boas práticas clínicas.
 
Na prática médica moderna e mais actualizada, a decisão terapêutica é um acto científico, não é um mero palpite do médico. Particularmente nas situações de muita gravidade. O testamento vital pode ter-se justificado no passado. Mas o progresso da ciência clínica tornou-o obsoleto, inútil e potencialmente perigoso para os doentes.

14/11/11

MORTE NAS ESTRADAS


Nos últimos dez anos morreram mais de 15.000 pessoas nas estradas portuguesas, vítimas de acidentes de viação. Os acidentes rodoviários são a principal causa de morte em crianças, adolescentes e adultos jovens até aos 25 anos.

Tendo em conta que o excesso de velocidade é o grande responsável por este flagelo, uma das maneiras mais eficazes de o combater é procurar conduzir dentro dos limites de velocidade. Para além dos benefícios em termos de segurança, tal decisão contribui para a diminuição da emissão de gases poluentes e, por conseguinte, é também uma medida amiga da carteira (pela redução do consumo de combustível) e do ambiente.

24/10/11

TERAPIAS ALTERNATIVAS: O TRIUNFO DA ILUSÃO

As terapias alternativas têm vindo a aumentar de popularidade, nos últimos anos, à medida que a medicina científica ocidental se vai tornando mais tecnicista e impessoal. São também chamadas terapias holísticas, para realçar a sua alegada preocupação pelo ser humano como um todo (corpo, alma e espírito). Isto inclui muitas vezes um componente espiritual, geralmente baseado na filosofia religiosa de cada terapia particular. Ao contrário da medicina convencional, que se fundamenta em critérios lógicos e racionais, descobertos através de uma observação rigorosa e aplicação do método científico, os princípios em que se baseiam as terapias alternativas contrariam o senso comum, as leis da natureza e os conceitos subjacentes à ciência moderna.

Razões do Fenómeno
 
No nosso entender, são várias as razões que explicam a popularidade destas terapias. Por um lado, a reconhecida crise do Serviço Nacional de Saúde, caracterizada pela falta de recursos humanos e materiais para satisfazer as necessidades dos doentes. Esta situação conduz, entre outras coisas, ao aumento insustentável das listas de espera dos que pretendem uma consulta de especialidade, exames subsidiários ou que aguardam determinadas intervenções cirúrgicas nos Hospitais do Estado. Existe também uma gritante falta de privacidade na maior parte dos Serviços de Urgência e enfermarias dos Hospitais. Há muitas vezes falta de diálogo, quer com os pacientes quer com os seus familiares, em certa medida devido ao elevado número de doentes, não sendo explicada a situação clínica de forma adequada e compreensível. Na relação médico-doente, o contacto físico (uma palmadinha no ombro, um abraço amigo) é também pouco frequente, em parte devido ao desejo do médico manter alguma distância  emocional com o paciente.
Outros fatores incluem a existência de doenças crónicas ou incuráveis, para as quais a medicina convencional ainda não encontrou solução definitiva - não obstante os enormes progressos científicos das últimas décadas - a existência de efeitos laterais dos medicamentos, a iatrogenia de certos atos médicos, a maior divulgação nos media de casos de negligência médica, assim como a atração da população pelas filosofias orientais e pelo “natural”.
Na opinião do Prof. H. Gounelle de Pontanel, membro da Academia de Medicina Francesa, “a voga atual destas terapêuticas parece resultar de um certo mal-estar induzido  na  população  pela  rapidez  dos  progressos  científicos.  Esta situação abre caminho à charlatanice, a maior parte das vezes praticada por não médicos, hábeis na exploração da crendice pública e/ou do desespero resultante da patologia clínica de base”.

Algumas Virtudes

Apesar da validade científica dúbia das “medicinas" alternativas, os naturologistas têm a virtude de dedicarem, em média,  mais tempo aos seus pacientes que a maior parte dos médicos. Para muitos pacientes, a simpatia e disponibilidade do profissional de saúde são mais importantes que a sua preparação científica. Os naturologistas dão também grande importância ao contacto físico, de reconhecido valor terapêutico, o que pode levar as pessoas a sentirem-se melhor. Por outro lado, as explicações relativamente bizarras que transmitem aos pacientes e a confiança que transmitem na eficácia de determinado tratamento, a par de esquemas posológicos invulgares, ajudam a reforçar a crença nos pacientes do sucesso da terapêutica. Trata-se do conhecido efeito placebo.
Não nos podemos também esquecer que muitas maleitas de pouca importância, e por vezes algumas de maior gravidade, curam-se por si com o decorrer do tempo, sem qualquer intervenção médica.

Perigos Potenciais

Contudo, as terapias alternativas, embora muitas vezes sejam simplesmente inúteis e desnecessárias, podem ter consequências nefastas e mesmo fatais. Por um lado, podem mascarar o diagnóstico de determinada doença, atrasando ou impedindo o seu tratamento convencional, cientificamente comprovado. Podem também ter efeitos tóxicos e, muitas vezes, são perversamente dispendiosas. As terapias relacionadas com a filosofia “New Age” podem por vezes envolver práticas mágicas ou ocultas. Concordamos, assim, com a opinião do Professor J. Martins e Silva, antigo Diretor da Faculdade de Medicina de Lisboa, que refere que “as medicinas alternativas, no seu conjunto, constituem um risco potencial para a saúde das populações”.

Conclusão

A Ordem dos Médicos de Portugal e todas as organizações médicas representadas no Comité Permanente dos Médicos  Europeus “opõem-se em absoluto ao reconhecimento de métodos de diagnóstico ou de terapêutica de doentes e doenças, que não possuam a necessária validação científica”.
O crescimento explosivo das terapias alternativas desafia os médicos a exercerem a sua profissão com maior integridade e dedicação, na linha da tradição hipocrática, reconhecendo as suas limitações, mas procurando a solução mais adequada a todos os níveis para cada paciente. Só assim poderão contrariar as práticas primitivas, incongruentes e fraudulentas, da maior parte das terapias alternativas.

17/10/11

ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE

Os benefícios para a saúde da atividade física regular são bem conhecidos desde há vários anos. Um estudo recente, publicado na revista Lancet, revelou que bastam 15 minutos diários ou 90 minutos semanais de exercício físico de intensidade moderada para proporcionarem uma redução da mortalidade e aumento da esperança previsível de vida. Estes resultados aplicam-se a todos os grupos etários e a ambos os sexos.

Conforme sublinham os responsáveis por este estudo, "saber que com apenas 15 minutos de exercício por dia se pode reduzir substancialmente o risco de morte pode encorajar mais pessoas a desempenhar algum tipo de atividade física nas suas vidas ocupadas".

10/10/11

Dar sangue é um gesto altruísta e solidário, sendo sobejamente conhecida a carência de sangue e derivados nas unidades hospitalares. No entanto, ainda existem algumas dúvidas e mitos relacionados com a sua dádiva, como por exemplo:

Nunca ninguém me pediu para dar sangue
Considere-se convidado desde já. Esse convite silencioso não é formal, é real: é-lhe dirigido por todas as crianças e adultos que carecem de sangue ou dos seus componentes, pelas vítimas de acidentes de trabalho ou rodoviários, por todos aqueles que aguardam disponibilidade de sangue para serem operados e que, por isso, ocupam uma cama que muitos precisam de utilizar.
O meu sangue não deve prestar porque já tive várias doenças
A sua dúvida deverá ser esclarecida junto do seu médico assistente. Mas, mais simplesmente, pode oferecer-se para dar sangue, pois será submetido a um exame clínico, no decurso do qual o médico lhe aconselhará a atitude correcta, pensando na preservação da sua saúde e bem-estar.
O sangue faz-me falta
Num adulto normal existem entre cinco e seis litros de sangue. Uma pessoa saudável pode dar sangue regularmente, sem que esse facto prejudique a sua saúde.

Francamente, tenho medo de dar sangue
Uma grande parte das pessoas sente isso, quando vão dar sangue pela primeira vez. Mas logo depois, perdem o receio e a dádiva de sangue torna-se natural e simples. Observe o à-vontade e descontracção das pessoas que regularmente vão dar sangue e tire as suas conclusões.

Receio sentir-me enfraquecido se der sangue
Apenas lhe são colhidos cerca de 4,5 decilitros de sangue. As proteínas e as células sanguíneas existentes neste volume são rapidamente repostas em circulação pelo organismo. Momentos após a dádiva de sangue, qualquer pessoa pode voltar à sua ocupação normal. Contudo, algumas actividades como por exemplo, pilotos de aviões, maquinistas de comboios, mergulhadores, não devem ser exercidas nas horas seguintes à dádiva.

Já há muita gente que dá sangue
É verdade, mas a procura de sangue, componentes e derivados não cessa de aumentar, graças aos progressos da ciência médica e à crescente extensão dos benefícios de uma assistência que se pretende de melhor qualidade, a um numero cada vez maior de pessoas. As necessidades terapêuticas dos doentes exigem cada vez mais dadores, isto é, pessoas em boas condições de saúde e com hábitos de vida saudáveis, como você.
Não sei como ou onde dar sangue
Em Portugal, dirija-se aos Centros Regionais de Lisboa, Porto e Coimbra do Instituto Português do Sangue (IPS) ou ao hospital mais próximo. A sua visita será bem recebida e terá todas as informações que desejar.

Não tenho tempo
Se por um instante pensar no bem que fez com a sua dádiva de sangue, rapidamente concluirá que essa não é uma razão: verá que não está tão ocupado como julga.

Já dei sangue este ano
Fez bem mas pode repetir a dádiva sem qualquer inconveniente para a saúde e bem-estar. Qualquer pessoa pode dar sangue varias vezes por ano (os homens de 3 em 3 meses e as mulheres de 4 em 4 meses). Esta informação tem uma base científica segura e recolhe uma vasta experiência de muitos anos, abarcando milhões de dádivas em todas as partes do mundo.
 

29/08/11

POEMA DE LUÍS DE CAMÕES

Verdade, Amor, Razão, Merecimento
Qualquer alma farão segura e forte;
Porém, Fortuna, Caso, Tempo e Sorte
Têm do confuso mundo o regimento.

Efeitos mil revolve o pensamento,
E não sabe a que causa se reporte;
Mas sabe que o que é mais que vida e morte
Que não o alcança humano entendimento.

Doutos varões darão razões subidas,
Mas são experiências mais provadas,
E por isso é melhor ter muito visto.

Cousas há i que passam sem ser cridas,
E cousas cridas há sem ser passadas;
Mas o melhor de tudo é crer em Cristo.

Luís de Camões (1525-1580)

05/08/11

SOBRE O CRISTIANISMO

Eu creio no Cristianismo tal como creio que o sol nasceu, não apenas porque o vejo, mas porque, através dele, eu vejo todas as outras coisas.
  
C. S. Lewis (1898-1963)
  
I believe in Christianity as I believe the sun has risen, not only because I see it, but because by it I see everything else.

03/08/11

15 Mandamentos da Cortesia ao Volante

1. Não utilizarás o veículo como instrumento de ameaça ou de agressão.
2. Se conduzires, não consumirás bebidas alcoólicas ou produtos que alterem o teu estado normal de consciência.
3. Darás sempre prioridade aos peões, mesmo fora das passadeiras ou antes de nelas entrarem.
4. Zelarás pelo transporte seguro dos ocupantes do teu veículo, em especial das crianças.
5. Aceitarás o ritmo de condução dos outros condutores e respeitarás os limites de velocidade legais.
6. Não utilizarás o telemóvel durante a condução.
7. Não estacionarás onde prejudicares a passagem e visibilidade dos peões, em especial crianças, idosos e deficientes.
8. Vigiarás o estado do veículo de modo a contribuir para a segurança e respeito de todos os utentes das estradas.
9. Não perderás a paciência quando a via se encontrar obstruída e não impedirás a ultrapassagem por outro veículo.
10. Pararás sempre nos sinais de Stop e abrandarás com o aparecimento da luz laranja.
11. Não estacionarás nas passadeiras de peões, faixas BUS, lugares de deficientes, e saídas de emergência.
12. Manterás a calma quando circulares atrás de um veículo de instrução.
13. Reduzirás a velocidade em locais de transito de peões.
14. Em auto-estrada ou via rápida, não conduzirás encostado à traseira do carro que circula à tua frente.
15. Adequarás a tua condução às condições atmosféricas e condições da via.

Fonte: Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados.

05/07/11

SOBRE O JURAMENTO HIPOCRÁTICO

Hipócrates de  Cós (460-377 a.C.) é considerado o maior dos médicos da Antiguidade e mesmo o pai da medicina. No entanto, pouco sabemos acerca da sua vida, a não ser que possuía uma mente de génio e um acutilante espírito de observação. Sabe-se que formou provavelmente a primeira Faculdade de Medicina de que há memória, juntando à sua volta um grupo de alunos interessados na arte médica. O contributo fundamental de Hipócrates para a medicina deve-se à coletânea de textos que lhe são atribuídos (embora muitos, se não todos, tenham sido escritos pelos seus discípulos), que abordam questões de ordem clínica, ética e profissional da prática médica. Mas a sua influência mais marcante reside no denominado Juramento Hipocrático, que modificou radicalmente os conceitos básicos da medicina da Antiguidade. O Juramento de Hipócrates, embora de raízes pagãs, foi posteriormente adotado na Europa ocidental, pois os seus princípios coincidiam com os do cristianismo, bem como pelos árabes e, mais tarde, pelos eruditos do Renascimento.
 
Os historiadores sugerem que um dos fatores responsáveis pela criação deste Juramento era a atitude de suspeição generalizada dos médicos, prevalente na sociedade de então. Os médicos gregos possuíam um conhecimento vasto de uma panóplia de remédios, poções e venenos letais; tinham acesso às residências particulares e efetuavam observações íntimas e procedimentos estranhos na privacidade do lar; e eram também sabedores de muitos segredos e confidências pessoais dos seus doentes. Não será por isso de estranhar que fossem encarados com alguma desconfiança pela sociedade.
 
O código ético definido neste documento só faz sentido à luz do compromisso triplo do médico para com o seu mestre (que o introduziu na arte da medicina), para com os seus doentes e, acima de tudo, para com o(s) seu(s) Deus(es). O ensino da medicina só seria outorgado aos alunos que assumissem o compromisso de obedecerem aos valores expressos no Juramento.
 
A ética hipocrática é, pois, claramente teísta, o que torna o Juramento um código de conduta absoluto e “não-negociável”. O médico não obedece a este sistema de valores apenas porque prometeu ao seu mestre fazê-lo, ou por estar pessoalmente convencido que determinada ação é incorreta, mas sim porque prometeu a(os) Deus(es) cumpri-lo, e esse compromisso solene é irrefutável.
 
O Juramento contém certos princípios éticos fundamentais, nomeadamente de beneficência, não-maleficência, competência e confidencialidade, integridade, bem como proibições claras contra a prática do aborto, da eutanásia ou de comportamentos indignos com os doentes. Exorta também o médico a exercer a sua arte com pureza e honestidade, defendendo assim claramente uma ética das virtudes.
 
[Excerto do artigo “Em Defesa de Uma Medicina Hipocrática”, que publiquei na revista Arquivos de Medicina, vol. 14, pp. 174-176, 2001]

04/07/11

O JURAMENTO HIPOCRÁTICO


Juro por Apolo médico, por Esculápio, Higeia e Panaceia, e tomando por testemunhas todos os deuses e deusas, que cumprirei com todas as minhas posses e em plena consciência os seguintes preceitos: respeitarei os meus mestres tanto como os meus progenitores, partilhando com eles os meus bens, se necessário for; cuidarei dos seus descendentes como meus irmãos e ensinar-lhes-ei esta arte, se assim o pretenderem, sem receber qualquer pagamento e sem restrições; deixarei participar das lições orais e da prática médica em primeiro lugar os meus filhos, os filhos dos meus mestres e depois aqueles que, por compromissos e juramentos, se declarem meus discípulos e acatem as regras da profissão, e a mais ninguém além deles. Prescreverei aos enfermos, segundo o melhor juízo e o meu saber, o regime conveniente para seu benefício, preservando-os de qualquer dano. Defender-me-ei das súplicas e dos agrados de quem quer que seja para lhes ceder venenos que possam causar a morte, nem tomarei a iniciativa de tal sugestão. Do mesmo modo, não fornecerei às mulheres meios de impedir a concepção ou o desenvolvimento da criança. Em todas as circunstâncias exercerei a minha arte com pureza e honestidade. Não ousarei praticar a operação da pedra, mesmo nos enfermos em que a doença seja manifesta, confiando-os aos que se ocupem especialmente dessa prática. Em qualquer lar em que entre, terei apenas em mira o proveito dos doentes, abstendo-me de toda a acção prejudicial e corruptora, sobretudo quanto a voluptuosidade nos contactos com homens ou mulheres, sejam livres ou escravos. Tudo do que tiver dado fé, durante a cura ou fora dela, na vida familiar, conservá-lo-ei secreto, se não me for permitido divulgá-lo. Se eu mantiver e observar este juramento com fidelidade, que me sejam concedidas vida afortunada e honra na profissão, e que a minha fama se propague entre os homens e perdure no tempo; mas se eu me desviar dele ou o violar, que a sorte me seja adversa.
 
[Fernando Namora, in Deuses e Demónios da Medicina. Vol. 1. Ed. Círculo de Leitores, 1977].

10/06/11

SOBRE O BEM E O MAL

Para que o mal floresça é apenas necessário que os homens de bem nada façam.

Edmund Burke (1729-1797)

All that is necessary for evil to triumph is for good men to do nothing.

03/06/11

SOBRE O SENTIDO DA VIDA

A partir de hoje e durante algumas semanas irei partilhar semanalmente às sextas uma frase célebre para reflexão, em português e inglês.
Começo com Martin Luther King, o pastor baptista e activista dos direitos dos negros nos Estados Unidos, na década de cinquenta e sessenta do século XX, prémio Nobel da Paz em 1964 e assassinado quatro anos mais tarde.

A questão mais persistente e urgente da vida é: o que estás a fazer pelos outros?

Martin Luther King (1929-1968)

Life's most persistent and urgent question is: What are you doing for others?

23/05/11

10 CONSELHOS PARA CONTROLAR O STRESS

Na União Europeia, o stress é atualmente o segundo problema de saúde mais comum relacionado com o exercício de uma profissão, a seguir às dores lombares. Afeta também a vida familiar e é uma causa reconhecida de várias doenças físicas e mentais. Enquanto as férias não chegam, deixamos-lhe 10 conselhos para o controlar.
 
1. Procure entender o que lhe causa stress, ou seja, a que é que é mais particularmente sensível. Só reconhecendo conscientemente o que mais o afeta pode tentar evitá-lo, ou conseguir ajudas e construir defesas.

2. Arranje algum tempo para si, seja você mesmo. Diariamente, semanalmente ou mensalmente, dentro das suas possibilidades, guarde algum tempo para se conhecer a si próprio e pensar na sua vida.

3. Procure realizar os seus objetivos, mas avalie as suas possibilidades ou dificuldades: não  exija de si o que não pode dar, nem deixe que outros o exijam. Reconheça os seus limites e não hesite em pedir ajuda concreta, quando em stress excessivo, à sua rede de amigos, às redes de apoio comunitário, ao seu médico de família ou mesmo a um especialista.

4. Não reprima os seus sentimentos, emoções ou opiniões. Não guarde raiva nem rancor. E não deixe os seus problemas em suspenso: procure resolvê-los.

5. Procure gerir o seu tempo e saiba aquilo que tem de enfrentar diariamente, se não conseguir prevenir ou evitar as situações que lhe causam stress, e de modo algum pense acabar totalmente com ele! Um pouco de stress e emoção parecem ser essenciais nesta vida mas como diz o povo "tudo o que é demais é erro”.

6. Pare e reflita se começar a sentir-se irritado ou fatigado quando acorda, se tem insónias ou ansiedade: interrogue-se sobre o seu estilo de vida e o que pode fazer para o corrigir. Um conselho: use o seu sentido de humor face a determinadas contrariedades.

7. Aprenda a quebrar a tensão recorrendo à atividade física diária, pelo menos um pequeno passeio a pé, ginástica ou outros desportos (p.e. ténis, ciclismo, natação) para espairecer.

8. Não se esqueça de que um dos perigos do stress está em facilitar acidentes, de toda e  qualquer espécie: no trabalho ou no lazer, no desporto ou na condução.

9. Coma devagar uma alimentação equilibrada. É importante que esteja bem alimentado, sem  excessos. É importante que pare para comer, e, se possível, faça um pequeno passeio a seguir.

10. Os Centros de Convívio ou de Acolhimento, de Igrejas, de Autarquias ou de ONGs,  representam ajuda importante para o combate ao isolamento e ajuda para vencer o stress e a angústia que se lhe associam. Isto sem esquecer os seus amigos e familiares. Fortaleça todas as relações.

Fonte: Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva.

13/05/11

POEMA DE FERNANDO PESSOA




A Criança Que Ri na Rua

A criança que ri na rua,
A música que vem no acaso,
A tela absurda, a estátua nua,
A bondade que não tem prazo

Tudo isso excede este rigor
Que o raciocínio dá a tudo,
E tem qualquer cousa de amor,
Ainda que o amor seja mudo.


ENGLISH VERSION

The Child That Laughs In The Street

The child that laughs in the street,
The song one hears by chance,
The absurd picture, the naked statue,
Kindness without limit

All this exceeds the logic
Imposed on things by reason,
And it all has something of love,
Even if this love can't speak.

10/05/11

PARA REFLEXÃO

«Quando, terminado o antigo 5.º ano, fui chamado a optar por que porta haveria de entrar no ensino superior (e, supostamente, na “vida”), tinha 15 anos e a cabeça e o coração cheios de livros onde, na última página, ou no último quadradinho, o Bem triunfava sempre, gloriosamente, sabre o Mal. Nos meus desmesurados sonhos adolescentes, a Lei era então uma espécie de gládio que os meus heróis (Perry Mason, Rip Kirby, Lone Ranger ... ) brandiam sobre os maus em defesa dos justos e dos desamparados. Por isso, contra tudo e contra todos, meti-me alvoroçadamente (“cantando e rindo” e “torres e torres erguendo”, dizia o hino) a caminho da Faculdade de Direito.
  
Na Faculdade descobri, porém, algo terrível: que Direito e Justiça eram completos desconhecidos um do outro, quando não inimigos irreconciliáveis. E que juízes, e advogados, e detectives, não eram, afinal, almas puras e justiceiros implacáveis como nos livros mas tão-só meros funcionários, frequentemente medíocres, frequentemente torpes. E, pior, que nos tribunais, como na “vida”, a lei está quase sempre do lado dos poderosos e dos maus».

Manuel António Pina, in Revista Visão, 12.12.2002.

02/05/11

RECIDIVA DE VARIZES

A recidiva ou reaparecimento de varizes, após tratamento cirúrgico, é um problema que se coloca com frequência ao cirurgião vascular. Representa mais de 20 % das cirurgias realizadas para correção de varizes dos membros inferiores.
 
São várias as causas responsáveis pela recidiva de varizes. As mais comuns são cirurgias anteriores incompletas ou inadequadas à situação clínica; intervenções realizadas sem se solicitar um ecodoppler venoso; ecodoppler’s mal executados ou desactualizados, induzindo o cirurgião em erro; marcação incorrecta ou insuficiente das varizes no dia da cirurgia; ou o desenvolvimento de novas varizes (neovascularização) no tecido cicatricial.

O aparecimento de novas varizes em áreas anatómicas não operadas não constitui uma verdadeira recidiva mas deve-se à cronicidade da doença venosa. Deste modo, é importante um acompanhamento regular, pelo cirurgião vascular, de todos os doentes operados às varizes, para permitir o diagnóstico de alguma anomalia numa fase inicial. A deteção precoce de novas varizes permitirá um tratamento mais simples e menos invasivo, muitas vezes sem recurso a nova cirurgia.

27/04/11

O TRÁFICO DE MULHERES

PROF. ADRIANO VAZ SERRA

No protocolo da ONU (2000) para prevenir, suprimir e punir o tráfico de pessoas, o termo tráfico refere-se a recrutamento, transporte, transferência, alojamento ou recepção de pessoas pelo uso de força ou de ameaça, rapto, fraude, falsa informação, coacção ou pelo abuso do poder ou recepção ou entrega de dinheiro ou benefícios de forma a que uma pessoa (o comprador) tenha controlo sobre outra pessoa com a finalidade de a explorar.
O tráfico de pessoas é, na época actual, uma forma importante de violência não-visível.

As pessoas traficadas são vítimas de violações de direitos humanos, que incluem o direito à vida, liberdade, segurança pessoal, privacidade, integridade física e mental e libertação da escravidão. As vítimas de tráfico ficam frequentemente expostas a formas de abuso físico, sexual e emocional, incluindo ameaças de violência contra si ou contra membros da sua família. Os traficantes usam a violência ou a ameaça de violência para impedir que as vítimas tentem fugir. As vítimas correm um risco elevado de vir a contrair: uma doença sexualmente transmissível, entre as quais uma infecção pelo virus HIV/SIDA e outras doenças físicas e mentais. As crianças sofrem de problemas de desenvolvimento, atrasos do crescimento e problemas psicológicos.

O tráfico de seres humanos é actualmente o terceiro negócio mais lucrativo do mundo, a seguir ao tráfico de drogas e de armamento. De acordo com a Interpol uma mulher traficada pode render ao seu comprador entre 75.000 a 250.000 dólares por ano!

Tatiana Denisova (Law Department Zaporizhie State University) refere que actualmente, no mundo inteiro, aproximadamente 2 milhões de mulheres e crianças são convertidas em “mercadoria”, são compradas e vendidas, gerando um lucro aproximado de 7 a 12 biliões de dólares americanos por ano. Em contraste com estes números, em apenas uma década, um número que se calcula corresponder a 30 milhões de mulheres e crianças foram traficadas apenas da Ásia (UNICRI, 1998).

Segundo Aurora Javate De Dios (2003) o tráfico afecta qualquer uma das grandes regiões do mundo, quer como fonte de fornecimento, quer como países de destino ou de passagem. As operações dos traficantes são facilmente integradas em correntes de sectores económicos tais como: os “entretenimentos para adultos”, turismo sexual, prostituição e pornografia, muitas das quais são legais ou toleradas em muitos países. Atingem biliões de dólares de lucro, à custa da exploração de mulheres e crianças.

Não é que no momento presente o mundo tenha descoberto subitamente que estas mulheres eram raptadas, vendidas e violadas. A única diferença que existe é que “este negócio”, floresce como nunca anteriormente aconteceu.

Victor Malarek (2004) refere que a 1.ª onda de mulheres traficadas, na década de 1970, foi composta maioritariamente por tailandesas e filipinas; a 2.ª onda, chegou no começo da década de 1980 e era constituída por mulheres provenientes de África, principalmente do Gana e da Nigéria; seguiu-se uma 3.ª onda de mulheres provenientes da América Latina, particularmente da Colômbia, Brasil e República Dominicana. A 4.ª onda corresponde às mulheres provenientes das antigas repúblicas da União Soviética. O mesmo autor menciona que, com o desmoronamento da União Soviética, após a queda do muro de Berlim, a democracia chegou às repúblicas que estiveram inicialmente sob o controlo do império comunista; para muitos era a concretização de um sonho de longa data. Estavam libertos, de uma vez por todas, para viverem como nações independentes. Para a maioria da população o sonho de uma vida melhor foi desmoronando noite após noite. Em lugar da organização de reformas de mercado que levasse estes países a juntarem-se à economia mundial, foi-se assistindo a uma fuga maciça de capitais. A lei e a ordem começaram a ser comprometidas pela corrupção, pela voracidade de alguns e por remendos que nada resolviam. No caos que se seguiu dezenas de milhões de pessoas ficaram abandonadas à sua sorte. O alcoolismo nos homens e a violência contra as mulheres e crianças aumentaram. O desemprego nas mulheres subiu para 80 %. Ficaram maduros os tempos para a entrada do crime organizado. Apareceram “salvadores” que prometiam a raparigas jovens e bonitas empregos bem remunerados no estrangeiro, não importando nem o grau de instrução nem a experiência com empregos prévios, para tratar de crianças, na Grécia; empregadas domésticas em Itália, França, Áustria e Espanha; modelos em Nova Iorque e Japão. Longe da terra de origem foram introduzidas no comércio do sexo: como prostitutas de rua na Áustria, Itália, Bélgica e Holanda; a encher os bordeis na Coreia do Sul, Bósnia e Japão; a trabalharem nuas, como massagistas, no Canadá e na Inglaterra; fechadas como “escravas sexuais” em apartamentos dos Emiratos Árabes Unidos, Alemanha, Israel e Grécia; fazerem striptease e acompanharem clientes nos EUA.

Num estudo que envolveu diversos países Cathy Zimmerman e Cols. (2003) encontraram diversos factores comuns a estas mulheres, que as tornam mais vulneráveis ao tráfico e exploração: pobreza; serem mães solteiras; terem uma história prévia de violência interpessoal; serem provenientes de agregados familiares degradados e conflituosos.

A Animus Association Foundation, da Bulgária, que gere um Centro de Reabilitação para as vítimas de tráfico, indica que os grupos mais em risco são as adolescentes e as mulheres com experiências traumáticas no seu passado (Tchomarova, 2001). Estes casos incluem vítimas de violência doméstica, abuso sexual, crianças que viveram em orfanatos e crianças com muitos irmãos e um só progenitor.

Donna Hughes (2000) refere que mais de 120 milhões de pessoas da Europa de Leste ganha menos de 4 dólares por dia. E acrescenta “O salário médio na Ucrânia é de cerca de 30 dólares por mês mas, em cidades pequenas, pode ser ainda menor”. A pobreza não leva obrigatoriamente ao tráfico de pessoas. Mas cria as condições necessárias para que isso aconteça. Particularmente quando chega um traficante que, com falsas promessas, encanta as mulheres nos seus sonhos de sobrevivência. Esta autora descreve vários casos, entre eles o de Tatyana. Era uma rapariga, de 20 anos de idade, que vivia numa pequena cidade do sudeste da Ucrânia. Não conseguia encontrar emprego. Um dia, uma amiga da mãe informou-a que nos Emiratos Árabes Unidos estavam a contratar empregadas domésticas a quem pagavam 4.000 dólares americanos por mês! Decidiu partir de imediato. Quando Tatyana chegou aos EAU, tiraram-lhe o passaporte e foi vendida a um bordel por 7.000 dólares. Foi forçada a prostituir-se para “pagar os custos da viajam e alojamento”. Um dia conseguiu iludir a vigilância e procurou um posto de polícia que estava perto. Foi presa e sentenciada a três anos de cadeia por trabalhar num bordel. Nada aconteceu ao seu patrão. Ao fim desse tempo foi deportada para a terra de origem.

Este é um, entre milhares de exemplos, de como o manipular das expectativas pode conduzir à escravidão.


21/04/11

A INFLUÊNCIA DE UMA VIDA

Eis aqui um homem que nasceu numa obscura aldeia, filho de uma camponesa.
Cresceu numa outra aldeia.
Trabalhou numa banca de carpinteiro até aos 30 anos.
E então, durante três anos, foi um pregador itinerante.
Nunca escreveu um livro.
Nunca exerceu qualquer cargo.
Nunca possuiu uma casa.
Nunca constituiu família.
Nunca frequentou uma universidade.
Nunca a planta dos seus pés pisou uma grande cidade.
Nunca se distanciou mais de 300 quilómetros do lugar onde nasceu.
Nunca fez nenhuma das coisas que os homens costumam associar à grandeza.
Nunca teve credenciais a não ser a sua própria pessoa.
Quando ainda jovem, a opinião popular voltou-se contra ele.
Seus amigos o abandonaram.
Um deles negou-o, outro traiu-o.
Foi entregue aos seus inimigos, condenado por um impulso do tribunal, cravado numa cruz entre dois ladrões.
Os seus executores lançaram sortes sobre a única coisa que ele possuía – a sua túnica.
Quando morreu, foi enterrado num túmulo emprestado pela piedade de um amigo.
Vinte longos séculos se passaram e hoje ele é a personalidade central da raça humana, e o líder de todo o progresso.
E não é exagero dizer que todos os exércitos que já marcharam, todas as frotas que já se construíram, todos os parlamentos que já se reuniram e todos os reis que já reinaram, postos juntos, não influenciaram tão poderosamente a vida da humanidade como a vida singular de Jesus de Nazaré.

[VERSÃO ORIGINAL]

Here is a man who was born in an obscure village, the child of a peasant woman.
He grew up in another village.
He worked in a carpenter shop until He was thirty.
Then for three years He was an itinerant preacher.
He never owned a home.
He never wrote a book.
He never held an office.
He never had a family.
He never went to college.
He never put His foot inside a big city.
He never traveled two hundred miles from the place He was born.
He never did one of the things that usually accompany greatness.
He had no credentials but Himself...
While still a young man, the tide of popular opinion turned against him.
His friends ran away.
One of them denied Him.
He was turned over to His enemies.
He went through the mockery of a trial.
He was nailed upon a cross between two thieves.
While He was dying His executioners gambled for the only piece of property He had on earth – His coat.
When He was dead, He was laid in a borrowed grave through the pity of a friend.
Twenty long centuries have come and gone, and today He is a centerpiece of the human race and leader of the column of progress.
I am far within the mark when I say that all the armies that ever marched, all the navies that were ever built; all the parliaments that ever sat and all the kings that ever reigned, put together, have not affected the life of man upon this earth as powerfully as has that one solitary life.

14/04/11

23/03/11

SEM NOME


Era tão pequeno, que ninguém o via.
Dormia, sereno, enquanto crescia.
Sem falar, pedia - porque era semente-
Ver a luz do dia
Como toda a gente.

Não tinha usurpado a sua morada.
Não tinha pecado; não fizera nada.
Foi sacrificado enquanto dormia;
Esterilizado com toda a mestria.

Antes que a tivesse, taparam-lhe a boca;
Tratado, parece, qual bicho na toca,
Não soltou vagido, não teve amanhã;
Não ouviu “Querido”…Não disse “Mamã”…

Não sentiu um beijo; nunca andou ao colo;
Nunca teve o ensejo de pisar o solo;
Pezito descalço, andar hesitante,
Sorrindo no encalço do abraço distante.

Nunca foi à escola, de sacola ao ombro,
nem olhou estrelas com olhos de assombro.
Crianças iguais à que ele seria,
Não brincou com elas, nem soube que havia.

Não roubou maçãs, não ouviu os grilos;
Não apanhou rãs nos charcos tranquilos.
Nunca teve um cão, vadio que fosse,
A lamber-lhe a mão à espera do doce.

Não soube que há rios e ventos e espaços,
E invernos e estios, e mares e sargaços;
E flores e poentes, e peixes e feras
- as hoje viventes e as de antigas eras.

Não soube do mundo: não viu a magia.
Num breve segundo, foi neutralizado
Com toda a mestria, com as alvas batas,
Máscaras de entrudo, técnicas exactas.

Mãos de especialistas
negaram-lhe tudo
(o destino inteiro…)
- porque os abortistas
nasceram primeiro.

Poema de Renato de Azevedo

15/03/11

A INTOLERÂNCIA DOS “TOLERANTES”

A Comissão Europeia editou uma Agenda Escolar para 2010/11, distribuída a mais de 3 milhões de alunos de países da União Europeia, que inclui as principais celebrações religiosas hindus, muçulmanas, sikhs e judaicas, mas omite todas as festividades cristãs, incluindo o Natal e a Páscoa!
 
Esta decisão traduz a intolerância, sectarismo e discriminação para com os cristãos por parte dos responsáveis políticos europeus, à semelhança do que se tem verificado em muitos lugares do mundo.

Fariam bem em escutar o conceituado filósofo alemão Jürgen Habermas, que apesar de ateu tem a lucidez de reconhecer que «o Cristianismo, e nada mais, é o fundamento principal da liberdade, da consciência, dos direitos humanos e da democracia, os pilares da civilização ocidental. Até hoje, não temos outras opções. Continuamos a alimentarmo-nos a partir desta fonte. Tudo o resto é conversa pós-moderna».

[Christianity, and nothing else, is the ultimate foundation of liberty, conscience, human rights, and democracy, the benchmarks of Western civilazation. To this day, we have no other options. We continue to nourish ourselves from this source. Everything else is postmodern chatter.
Jürgen Habermas]

14/03/11

VARIZES INTERNAS: VERDADE OU FICÇÃO?

É muito frequente os pacientes falarem em “varizes internas” como uma causa possível dos seus males. Alguns médicos rejeitam totalmente esta designação mas, a meu ver, ela não é completamente falsa. Isto porque há efetivamente varizes internas, ou seja, dilatações varicosas de veias do sistema superficial que, apesar de se situarem no tecido subcutâneo podem por vezes não ser visíveis ou palpáveis e apenas reveladas por um exame imagiológico. No entanto, esta expressão normalmente significa a eventualidade de poder haver insuficiência venosa, em pacientes sem varizes visíveis clinicamente (nem externas nem internas), que apenas um exame ecográfico com doppler revelará.

02/03/11

HOMEOPATIA: CURAR O MAL COM O MAL

O Prof. António Vaz Carneiro, Diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, da Faculdade de Medicina de Lisboa, em entrevista recente à revista Visão, é categórico em afirmar não haver qualquer evidência científica da eficácia da homeopatia, apesar da popularidade destes pseudo-medicamentos. Pode ver essa entrevista aqui.

28/02/11

EXCESSO DE VELOCIDADE



Em 1989 o Hélder teve um acidente causado por excesso de velocidade.
 
Quanto mais depressa, mais devagar.

A próxima vez que conduzir depressa, lembre-se do Hélder!

14/02/11

PRÍNCIPES DO NADA: REPORTAGEM SOBRE CABO VERDE

Cabo Verde é uma das raras histórias de sucesso, no continente africano, de um país que irá cumprir os Objetivos do Desenvolvimento do Milénio dentro do prazo previsto. Mesmo assim, há ainda muito que fazer, como nos dá conta a resportagem seguinte.


11/02/11

CARTA DOS DIREITOS E DEVERES DO DOENTE

Comemora-se hoje o Dia Mundial do Doente, pelo que me parece oportuno divulgar este importante documento.

DIREITOS

1. O doente tem direito a ser tratado no respeito pela dignidade humana;
2. O doente tem direito ao respeito pelas suas convicções culturais, filosóficas e religiosas;
3. O doente tem direito a receber os cuidados apropriados ao seu estado de saúde, no âmbito dos cuidados preventivos, curativos, de reabilitação e terminais;
4. O doente tem direito à prestação de cuidados continuados;
5. O doente tem direito a ser informado acerca dos serviços de saúde existentes, suas competências e níveis de cuidados;
6. O doente tem direito a ser informado sobre a sua situação de saúde;
7. O doente tem o direito de obter uma segunda opinião sobre a sua situação de saúde;
8. O doente tem direito a dar ou recusar o seu consentimento, antes de qualquer ato médico ou participação em investigação ou ensino clínico;
9. O doente tem direito à confidencialidade de toda a informação clínica e elementos identificativos que lhe respeitam;
10. O doente tem direito de acesso aos dados registados no seu processo clínico;
11. O doente tem direito à privacidade na prestação de todo e qualquer ato médico;
12. O doente tem direito, por si ou por quem o represente, a apresentar sugestões e reclamações.

DEVERES

1. O doente tem o dever de zelar pelo seu estado de saúde. Isto significa que deve procurar garantir o mais completo restabelecimento e também participar na promoção da própria saúde e da comunidade em que vive;
2. O doente tem o dever de fornecer aos profissionais de saúde todas as informações necessárias para a obtenção de um correto diagnóstico e adequado tratamento;
3. O doente tem o dever de respeitar os direitos dos outros doentes;
4. O doente tem o dever de colaborar com os profissionais de saúde, respeitando as indicações que lhe são recomendadas e, por si, livremente aceites;
5. O doente tem o dever de respeitar as regras de funcionamento dos serviços de saúde;
6. O doente tem o dever de utilizar os serviços de saúde de forma apropriada e de colaborar ativamente na redução de gastos desnecessários.

04/02/11

Seven Habits (to Break) of Highly Effective People

GEORGE T. GRIFFING, MD

During these tough financial times, many people feel they have to push themselves to unhealthy levels in order to succeed. But high-pressure jobs and long hours take a real toll on their immediate and future health. Whether running for president, moving up the corporate ladder, or juggling the family's activities, success may come at a hefty cost.
The 7 worst habits of these workaholics include:

1. Forgetting to relax: Some stress can be good because it keeps you alert and motivated; too much stress, however, will take its toll on your body.
2. Eating on the go: Who has time to sit down for a healthy lunch? But beware of frozen meals, fast, and processed food that can be high in sodium, calories, and fat.
3. Putting off sleep for work: Lack of sleep can cause irritability, difficulty concentrating, memory problems, poor judgment, and obesity.
4. Not making time for exercise: Humans were not designed to sit at desks for 8 hours a day. Exercise has been shown to reduce the risk for nearly every major disease and to help fight anxiety and depression.
5. Working when sick: 3 common-sense reasons to stay home: avoid spreading the infection, you'll be less productive, and you need your rest to get better.
6. Drinking (too much): Moderate alcohol consumption has some proven health benefits, but excessive drinking can lead to alcoholism, liver disease, and some forms of cancer.
7. Skipping annual medical checkups: Depending on age, family history, and lifestyle, a comprehensive medical checkup and special screenings is recommended every 1 to 5 years.

02/02/11

O QUE É O ESTADO VEGETATIVO PERSISTENTE?

O estado vegetativo persistente (EVP) é diagnosticado com base em critérios clínicos, ou seja, não é necessário recorrer a nenhum exame imagiológico ou de outra natureza. De acordo com a “Multi-Society Task Force on Persistent Vegetative State” (1994), os critérios para o diagnóstico do EVP incluem os seguintes:
a) Ausência da capacidade de reconhecimento de si próprio e do ambiente, e incapacidade de interação com os outros;
b) Inexistência de respostas comportamentais voluntárias, sustentadas e reprodutíveis, a estímulos visuais, auditivos, tácteis ou dolorosos;
c) Ausência de compreensão da linguagem verbal ou corporal;
d) Estados de vigília intermitentes, manifestados pela presença de ciclos de vigília-sono;
e) Preservação das funções hipotalâmica e do sistema nervoso autónomo;
f) Incontinência dos esfíncteres;
g) Preservação variável dos reflexos dependentes do tronco cerebral e espinais.

Como refere o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, de Portugal (CNECV 10/95), «O estado vegetativo persistente é caracterizado por um doente ter algum grau de consciência, ter autonomia respiratória, mas não exibir as características da personalidade (vontade, linguagem, decisão, etc.), isto é, está ‘awake but not aware’.» Na opinião do Prof. John Wyatt (1998), «there is something going on in there, but there seems to be no way to communicate, to access the experience of the individual.»

Os doentes em EVP têm padrões relativamente normais de vigília e de sono, podem abrir os olhos, respirar e deglutir espontaneamente e inclusive ter reações de sobressalto perante ruídos fortes, mas perderam de forma temporária ou permanente a capacidade de pensarem e de agirem conscientemente. A maioria têm reflexos anormalmente exagerados, bem como rigidez e movimentos espásticos dos membros. Pode também ser registada atividade eléctrica no eletroencefalograma.
 
Apesar da gravidade dos casos de EVP, muitos doentes podem efetuar movimentos descoordenados dos membros e ocasionalmente podem sorrir, chorar ou mesmo gritar. Contudo, não existe qualquer reconhecimento psicológico por detrás destas atividades motoras.

Um dos aspetos mais notórios do EVP é a incapacidade destes doentes se alimentarem por si próprios. Embora alguns apresentem o reflexo de deglutição, se lhes forem colocadas substâncias sólidas ou líquidas na boca, a tentativa de alimentá-los deste modo seria extremamente morosa e arriscada, pelo perigo de poder ocasionar pneumonia de aspiração. Por esta razão, os doentes em EVP são habitualmente alimentados através de sondas nasogástricas ou de gastrostomia, estas últimas inseridas através da parede abdominal.

Infelizmente, o EVP é uma entidade clínica de mau prognóstico, principalmente quando existe uma doença grave associada, como é o caso das doenças oncológicas.

17/01/11

10 REASONS WHY I AM ANTI-ABORTION

Hoje partilho a versão em inglês de um texto que escrevi em 2007, durante a discussão acerca da liberalização do aborto em Portugal até às 10 semanas de gestação, por vontade da mulher. Dirigido à população em geral, sintetiza dez argumentos que podem ser invocados em defesa da vida humana desde a conceção.

1. ABORTION IS ANTI-LIFE

The Universal Declaration of Human Rights affirms that “Everyone has the right to life” (article 3). The Constitution of the Portuguese Republic declares, as well, that “human life is inviolable” (article 24).
According to science, human life begins with fertilization, the fusion of sperm and oocyte. Each of the sexual cells carries half the genetic information from the ancestor, so that the cell resulting from fertilization, called zygote, receives all the genetic information needed for the development of the new human being.
Induced abortion, regardless of when it is done, always causes the destruction of a human life, to whom continued development is denied, preventing their birth and the expression of their potential as a child and adult.
Thus, any referendum or decree that legitimizes the death of a defenseless human being without any medical justification, is a clear attack on human life, and violates the Portuguese Constitution as well as the human being basic rights, as expressed in the Universal Declaration of Human Rights.

2. ABORTION IS ANTI-WOMAN

Whatever the reasons that cause it any abortion, even when legal, is an assault on the woman's physical, mental and emotional health. Nowadays it is known that any woman who aborts voluntarily, even in the best medically assisted conditions, has an increased risk of injury to the reproductive system, infertility, posterior spontaneous abortions, premature babies in later pregnancies, and other problems. More difficult to quantify, but no less important, are the consequences for her mental health, namely depression, feelings of guilt and/or loss, drug abuse and even suicide. The Comission of Inquiry into the Operation and Consequences of the Abortion Act drew attention in 1994 to one of the consequences of liberalized abortion in the UK: “Although the majority of abortions are carried out on the grounds of danger to the mother’s mental health, there is no psychiatric justification for abortion (…). To perform abortions on this ground (…) also puts women at risk of suffering a psychiatric disturbance, without alleviating any psychiatric problems that already exist”.
Moreover, the liberalization of abortion, instead of valuing the wishes of the child’s mother, can expose her to pressures from relatives, the child's father, employers, or even healthcare professionals (for example because of an alleged risk of malformations in the embryo or fetus, which many times are not confirmed later) to interrupt the pregnancy, even against her will.

3. ABORTION IS ANTI-MAN

Abortion cannot be reduced to an act that only involves the woman. There are at least two other fundamental elements in the whole process: the child's father and, obviously, the unborn baby.
If we consider only the woman’s desire to continue, or not, with the pregnancy, the man is pushed into the background and his wishes are completely ignored, yet he is co-responsible for the conception. In this way his role in the process of procreation is devalued. Despite the fact that sometimes man does not assume his responsibility in the family, through the allowance of abortion-on-demand, the child’s father’s duties are completely discarded.
Nowadays it is known that men can also suffer from post-abortion depression, especially when such an act is carried through without their awareness and permission.

4. ABORTION IS ANTI-CHILD

In the famous Hippocratic Oath (4th century B.C.), which doctors have sworn to obey throughout the centuries, it is clearly stated: “I will not give to a woman an abortive remedy” Thus, we vehemently condemn the idea that “women have the right to their bodies”, if that supposed right collides with principles that we consider absolutes, such as the right to life of the unborn child who already has a unique genetic identity, distinct from his/her parents.
In countries where abortion is no longer condemned by law, human beings are exposed to a higher risk of violent death in the first nine months of their existence than in any other period of their lives. The womb, which should be the supreme place of protection for human life has become tragically, in the last decades, one of the most dangerous. Moreover it is known that when children find out that their mother have had an abortion in another pregnancy, may develop problems that require psychological or psychiatric support.

5. ABORTION IS ANTI-FAMILY

Children are an integrant and meaningful part of the family, which is one of the basic structures of societies. The emphasis that is given to the woman’s autonomy over her pregnancy harms marital and family relationships. Actually, more than 80% of induced abortions are the consequence of extramarital affairs.
It is also known that a significant percentage of unplanned pregnancies and even unwanted ones, when not interrupted, lead to the birth of children who end up being extremely appreciated and loved by their parents.
On the other hand, preventing the birth of children through abortion contributes to the serious demographic problem resulting from the dramatic reduction of the birth rate in many western countries. This is happening in Portugal now and will bring harmful economic and social consequences.

6. ABORTION IS ANTI-CONSCIENCE

It is an unquestionable fact that, due to the influence of Christianity, throughout the history of humankind abortion has been considered a crime, subject to penalties. However, in the last decades we have witnessed a trend of undervaluing human life.
On a personal level, the feelings of guilt that an induced abortion causes in the woman who aborts, as well as in the person who performs it are undeniable. Such fact is due to the human conscience that every human being has, which helps them make moral decisions. There is a French proverb that says: "There is no pillow so soft as a clear conscience”.

7. ABORTION IS ANTI-HUMAN DIGNITY

The Judeo-Christian moral tradition has always been concerned with protecting those who are weaker and more vulnerable, as is the case of children, orphans, the elderly and widows. Abortion is never a dignifying solution for those who perform it, the woman who submits herself to it, and least of all for the innocent child.
We agree with the opinion report from the Portuguese National Committee of Ethics for Life Sciences (1996) about embryo experimentation which says that “Human life deserves respect, whatever its stage or phase, due to its essential dignity”.
It is also an unquestionable fact that the number of abortions increased, sometimes exponentially, in all the countries where abortion is no longer condemned by law.

8. ABORTION IS ANTI-“RIGHT TO BE DIFFERENT”

In many western countries, the liberalization of induced abortion has hindered the birth of children with chromosome anomalies, of which trissomy 21 (Down’s syndrome) is the most frequent, as well as with congenital malformations perfectly compatible with life, and many of them with possible post-birth surgery correction, such as cleft lip or clubfoot. More serious and even more complex situations, such as certain cardiac malformations can be treated surgically as well, sometimes even before birth.
The abortion of these children contributes to the depreciation and discrimination of people who have sensorial, motor and/or cognitive disabilities, who despite their limitations live adjusted and fulfilling lives.

9. ABORTION IS “ANTI-ETHICS”

Abortion, infanticide, suicide and even euthanasia were relatively common and socially accepted in the Greco-Roman ancient world. Induced abortion often caused the death of the mother. In the 4th century B.C. Hippocrates of Cos, with his Oath, imposed a break with the culture of death which prevailed in those days. Later, due to the influence of Christianity on the Law, abortion came to be considered a crime in the western world. From then on the ethical rule, throughout the centuries, has been to defend human life from conception on. Thus induced abortion is against ethics, because it collides with the basic principle of the inviolability of human life.
In the extremely rare cases in which the continuation of pregnancy puts the mother's life at risk and abortion is the only way to save her, the previous Portuguese law already made allowances.

10. ABORTION IS ANTI-GOD

Besides all the previously mentioned reasons, we consider abortion to be a clear violation of God's will, as revealed in the Holy Scriptures. The fifth commandment precisely declares: "You shall not murder" (Exodus 20:13).
In the Bible we find the unequivocal revelation that God values human life from conception on and that He is involved in the procreative process, as we read in the following text, written by King David:
“For you created my inmost being; you knit me together in my mother's womb. I praise you because I am fearfully and wonderfully made; your works are wonderful, I know that full well. My frame was not hidden from you when I was made in the secret place. When I was woven together in the depths of the earth, your eyes saw my unformed body. All the days ordained for me were written in your book before one of them came to be.”        (Psalm 139:13-16 NIV)

10/01/11

O MILAGRE DA GESTAÇÃO



“Para um perinatologista, não há um fosso entre o feto e o recém-nascido. O feto é um recém-nascido que ainda não nasceu, o recém-nascido é um feto que acabou de nascer. Trata-se na verdade do mesmo cidadão, a quem deveriam ser conferidos, antes e depois do nascimento, direitos iguais”.

(Prof. Ramos de Almeida)

06/01/11

OBESIDADE: UM MAL DO NOSSO TEMPO



Após a quadra festiva, parece-me oportuno alertar para o problema da obesidade, a quem chamam a epidemia do século XXI.

Como se determina ou diagnostica a obesidade e a pré-obesidade?
A obesidade e a pré-obesidade são avaliadas pelo Índice de Massa Corporal (IMC). Este índice mede a corpulência, que se determina dividindo o peso (quilogramas) pela altura (metros), elevada ao quadrado.  Segundo a Organização Mundial de Saúde, considera-se que há excesso de peso quando o IMC é igual ou superior a 25 e que há obesidade quando o IMC é igual ou superior a 30.
No entanto, em certos casos, nomeadamente nos atletas, nos indivíduos com edemas e com ascite, o IMC não é fiável na medição da obesidade, pois não permite distinguir a causa do excesso de peso.

Qual é o tratamento adequado para a obesidade?

O tratamento médico para a obesidade passa pela combinação de dieta de baixas calorias, modificação comportamental, e aumento da atividade física. Quando com a modificação do estilo de vida não se consegue atingir os objectivos é necessário o uso de fármacos anti-obesidade.
O problema deste tipo de tratamento ou abordagem é a incapacidade de muitos doentes obesos perderem peso ou manterem o peso anteriormente perdido. Nos casos de obesidade grave - IMC superior ou igual a 40 kg/m2 ou superior a 35 com morbilidade - que tenham pelo menos cinco anos de evolução da sua obesidade e múltiplos tratamentos médicos ineficazes, a cirurgia pode ser recomendada.

Que tipo de benefícios se pode esperar com a perda de peso?

A perda de peso, mantida a longo prazo, é fundamental. São inúmeros os benefícios que acarreta para a saúde em geral e para a melhoria da qualidade de vida. Reduz, igualmente, a mortalidade e contribui inexoravelmente para a melhoria das doenças crónicas associadas. Pequenas perdas de peso (diminuição de cinco a dez por cento do peso inicial) melhoram o controlo glicémico, reduzem a tensão arterial e os níveis de colesterol.
Sentirá também menos dificuldades respiratórias, benefícios na apneia do sono e na sonolência diurna, bem como nos problemas osteoarticulares (variáveis em função da lesão).

Qual é o impacto da perda de peso na doença cardiovascular e hipertensão arterial?

A perda de peso reduz o risco cardiovascular, pelos efeitos positivos na redução da tensão arterial e nos processos de hipercoagulação. Nesta melhoria tem grande influência o tipo de regime alimentar adoptado (restrição do sal e gorduras saturadas), a atividade física e a abolição de hábitos tabágicos. A perda de peso intencional reduz a mortalidade nos obesos com doença cardiovascular associada.

Qual é o impacto da perda de peso em crianças e adolescentes obesos?

A perda de três por cento do peso corporal diminui, de forma significativa, a tensão arterial nos adolescentes obesos. Se o programa de emagrecimento incluir exercício físico, as melhorias nos níveis de tensão são mais acentuadas. A perda de peso contribui, também, para reduzir os níveis plasmáticos de triglicéridos e de insulina, bem como para aumentar o colesterol HDL, de modo proporcional à percentagem da perda de peso.
No caso de crianças e adolescentes com diabetes do tipo 2 (habitualmente a do adulto obeso), a perda de peso, embora difícil, é mais eficaz na melhoria do controlo glicémico quando o regime alimentar foi reduzido em hidratos de carbono. A melhoria é também evidente nos casos de esteatose hepática (fígado gordo) e resulta da redução do hiperinsulinismo e do aumento da sensibilidade à insulina.

Onde dirigir-se para diagnosticar e tratar a obesidade?

Ao médico de família no seu centro de saúde. Compete ao médico avaliar o tipo de obesidade e referenciá-lo, se necessário, para as consultas hospitalares de obesidade.

Fonte:http://www.portaldasaude.pt/

03/01/11

DAR É MELHOR QUE RECEBER


No início de um ano para o qual as previsões económicas são desfavoráveis, partilho a história de solidariedade e determinação de Ryan Hreljac. Trata-se de um jovem canadiano que em 1998, com apenas 6 anos de idade, apercebendo-se das necessidades de muitas crianças africanas que não tinham acesso a água potável, mobilizou familiares, amigos e muitas pessoas de boa vontade para o levantamento de fundos que permitissem a construção de um poço numa aldeia do Uganda. Vinte anos mais tarde, continua empenhado neste projecto que, através da Fundação que dirige (Ryan's Well Foundation), já viabilizou a construção de mais de 600 poços e projetos sanitários em 16 países, a maioria na África subsariana.


Como disse Winston Churchill (1874-1965), “Ganhamos a vida através do que recebemos, fazemos vida através do que damos”.