A doença venosa dos membros inferiores, apesar de frequente e muitas vezes incapacitante, pode ser prevenida e atrasada a sua evolução através de medidas gerais, uso de meias elásticas e medicação. Quando surgem varizes tronculares o tratamento é geralmente cirúrgico, com excelentes resultados estéticos e funcionais a curto e longo prazo.
O QUE SÃO VARIZES?
Chamam-se varizes às veias dilatadas e tortuosas, localizadas mais frequentemente nos membros inferiores. É uma doença muito comum, principalmente no sexo feminino e a partir da terceira década da vida. Na maioria das vezes existe uma predisposição genética para o seu aparecimento, sendo frequente a história de varizes na família.
COMO SE MANIFESTAM?
Os sintomas mais comuns da doença venosa, como a dor e sensação de peso nas pernas, têm a particularidade de agravarem de intensidade no tempo quente e na posição de pé, especialmente ao final do dia. No entanto, por vezes os doentes não referem quaisquer sintomas, apesar da existência de varizes.
QUAL É A EVOLUÇÃO DA DOENÇA?
A observação clínica, realizada pelo médico especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular, permitirá avaliar o grau de insuficiência venosa, com base na classificação CEAP, que se baseia no motivo do aparecimento ou etiologia da doença (E), na distribuição anatómica (A) e nos mecanismos envolvidos na sua génese ou fisiopatologia (P). Na classe O (zero) da classificação CEAP, não existem sinais objectivos de doença venosa. Na classe 1 observam-se telangiectasias ou varizes reticulares, vulgarmente chamadas “derrames”. No patamar seguinte desta classificação, de gravidade crescente, já existem varizes tronculares (dilatadas). Na classe 3 verifica-se a presença de edema das extremidades, ou seja, as pernas apresentam-se sempre inchadas, sobretudo no final do dia e no tempo quente. Na fase seguinte observam-se alterações cutâneas resultantes da doença venosa, como a pigmentação, atrofia cutânea ou eczema, principalmente na face interna das pernas, acima dos tornozelos. Na classe 5, para além das alterações da pele já descritas, há antecendentes de úlcera venosa cicatrizada. Finalmente, na classe 6, visualizam-se as alterações cutâneas referidas e úlcera venosa activa, aberta, na altura da observação clínica.
O QUE FAZER?
Todas as pessoas que apresentam sintomas ou sinais objectivos de doença venosa devem ser observadas numa consulta de Cirurgia Vascular, de modo a confirmar-se o diagnóstico e a prevenir-se a passagem para estádios mais avançados da doença.
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