06/01/11

OBESIDADE: UM MAL DO NOSSO TEMPO



Após a quadra festiva, parece-me oportuno alertar para o problema da obesidade, a quem chamam a epidemia do século XXI.

Como se determina ou diagnostica a obesidade e a pré-obesidade?
A obesidade e a pré-obesidade são avaliadas pelo Índice de Massa Corporal (IMC). Este índice mede a corpulência, que se determina dividindo o peso (quilogramas) pela altura (metros), elevada ao quadrado.  Segundo a Organização Mundial de Saúde, considera-se que há excesso de peso quando o IMC é igual ou superior a 25 e que há obesidade quando o IMC é igual ou superior a 30.
No entanto, em certos casos, nomeadamente nos atletas, nos indivíduos com edemas e com ascite, o IMC não é fiável na medição da obesidade, pois não permite distinguir a causa do excesso de peso.

Qual é o tratamento adequado para a obesidade?

O tratamento médico para a obesidade passa pela combinação de dieta de baixas calorias, modificação comportamental, e aumento da atividade física. Quando com a modificação do estilo de vida não se consegue atingir os objectivos é necessário o uso de fármacos anti-obesidade.
O problema deste tipo de tratamento ou abordagem é a incapacidade de muitos doentes obesos perderem peso ou manterem o peso anteriormente perdido. Nos casos de obesidade grave - IMC superior ou igual a 40 kg/m2 ou superior a 35 com morbilidade - que tenham pelo menos cinco anos de evolução da sua obesidade e múltiplos tratamentos médicos ineficazes, a cirurgia pode ser recomendada.

Que tipo de benefícios se pode esperar com a perda de peso?

A perda de peso, mantida a longo prazo, é fundamental. São inúmeros os benefícios que acarreta para a saúde em geral e para a melhoria da qualidade de vida. Reduz, igualmente, a mortalidade e contribui inexoravelmente para a melhoria das doenças crónicas associadas. Pequenas perdas de peso (diminuição de cinco a dez por cento do peso inicial) melhoram o controlo glicémico, reduzem a tensão arterial e os níveis de colesterol.
Sentirá também menos dificuldades respiratórias, benefícios na apneia do sono e na sonolência diurna, bem como nos problemas osteoarticulares (variáveis em função da lesão).

Qual é o impacto da perda de peso na doença cardiovascular e hipertensão arterial?

A perda de peso reduz o risco cardiovascular, pelos efeitos positivos na redução da tensão arterial e nos processos de hipercoagulação. Nesta melhoria tem grande influência o tipo de regime alimentar adoptado (restrição do sal e gorduras saturadas), a atividade física e a abolição de hábitos tabágicos. A perda de peso intencional reduz a mortalidade nos obesos com doença cardiovascular associada.

Qual é o impacto da perda de peso em crianças e adolescentes obesos?

A perda de três por cento do peso corporal diminui, de forma significativa, a tensão arterial nos adolescentes obesos. Se o programa de emagrecimento incluir exercício físico, as melhorias nos níveis de tensão são mais acentuadas. A perda de peso contribui, também, para reduzir os níveis plasmáticos de triglicéridos e de insulina, bem como para aumentar o colesterol HDL, de modo proporcional à percentagem da perda de peso.
No caso de crianças e adolescentes com diabetes do tipo 2 (habitualmente a do adulto obeso), a perda de peso, embora difícil, é mais eficaz na melhoria do controlo glicémico quando o regime alimentar foi reduzido em hidratos de carbono. A melhoria é também evidente nos casos de esteatose hepática (fígado gordo) e resulta da redução do hiperinsulinismo e do aumento da sensibilidade à insulina.

Onde dirigir-se para diagnosticar e tratar a obesidade?

Ao médico de família no seu centro de saúde. Compete ao médico avaliar o tipo de obesidade e referenciá-lo, se necessário, para as consultas hospitalares de obesidade.

Fonte:http://www.portaldasaude.pt/

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