“Os diversos estudos que avaliaram os benefícios que se
podem obter através de medidas de prevenção primária – e que se traduzem numa
redução da incidência e/ou mortalidade por cancro – apontam quase todos para os
ganhos quantitativos a seguir descritos.
Nas sociedades ocidentais, seria possível reduzir a
ocorrência de cancro e a mortalidade a ele associada em cerca de 80-90 %
através da adoção das seguintes medidas de prevenção: a) a eliminação do tabaco
levaria a uma redução daqueles valores na ordem dos 30 %; b) a modificação do
estilo de vida, com alteração substancial da dieta (maior consumo de vegetais e
frutas, menor consumo de açúcar, carne vermelha e gorduras saturadas), combate
ativo à obesidade e aumento da prática de exercício físico regular, conduziria
a uma redução de 30-40 %; c) a eliminação do álcool, por seu turno,
traduzir-se-ia numa redução de cerca de 10 %.
Estes estudos referem também, embora sem uma
quantificação tão precisa, que a vacinação contra o HBV e o HPV, bem como a
redução da exposição a carcinogéneos ambientais (p. ex. radiação solar e radiações
ionizantes) e a carcinogéneos ocupacionais, permitiria alcançar uma redução da
mortalidade por cancro da ordem dos 10 %.
Os 10-20 % restantes correspondem à susceptibilidade genética
(cancros hereditários e cancros com elevada agregação familiar) e à influência
de fatores individuais, em parte também geneticamente condicionados”.
Pequeno excerto do recente livro O Cancro, do Prof. Manuel Sobrinho Simões (pp. 89-90). Pode
encomendar aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário