01/05/13

PROBLEMAS NA COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE


Tenho no meu escritório umas estatuetas semelhantes a estas, que tipificam os três problemas principais de uma má relação médico-paciente, por responsabilidade do médico: não querer falar, não querer ver e não querer ouvir!

Um dos elementos mais importantes para o estabelecimento de uma relação de confiança entre o médico e o doente é uma comunicação eficaz, que inclui ouvir com atenção a sua história, deixá-lo expressar as suas preocupações e, sempre que possível, transmitir-lhe com palavras que ele possa entender o diagnóstico e eventual tratamento (se existir) da sua condição.

Há algum tempo atrás fui consultado por uma senhora que se queixava de dores numa perna. Depois de a observar e de excluir a presença de uma doença vascular, e de achar que as queixas que apresentava eram muito sugestivas de um problema ortopédico, verifiquei que tinha ido uns dias antes a uma consulta de ortopedia. Tive naturalmente curiosidade em saber o que lhe tinha dito o ortopedista acerca desse problema. Fiquei admirado com a resposta da doente: “ele não me deixou falar!”. Pelos vistos tinha-se limitado a ver uns exames que a paciente tinha feito, sem procurar saber quais eram realmente os sintomas que apresentava.

Já dizia Kafka, o conhecido escritor checo, que “receitar é mais simples do que conversar com o doente”. No entanto, é obrigação dos médicos ouvirem os pacientes e procurarem ser compreendidos.

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