15/04/13

PERIGOS DOS MEDICAMENTOS


O desenvolvimento da farmacologia moderna, sobretudo no século XX, foi uma das mais extraordinárias conquistas da medicina. Permitiu a cura de doenças como a tuberculose e muitas outras infeções, que dizimaram milhares de pessoas ao longo da história da humanidade, e possibilitou o controlo da hipertensão arterial, da diabetes, da Sida e de muitas outras doenças, muitas delas fatais.  Como não há bela sem senão, praticamente todos os medicamentos apresentam efeitos secundários indesejáveis, potencialmente graves.
 
Deste modo, o arsenal terapêutico à disposição dos profissionais de saúde, apesar do seu potencial extraordinário em promover a cura e restabelecimento da saúde de inúmeras doenças, não deverá ser utilizado com ligeireza mas com rigor científico e moderação, o que se verifica na maioria das vezes. Contudo, estima-se que 20 a 30 por cento dos eventos adversos ocorridos no exercício da medicina estão relacionados com a prescrição ou administração de medicamentos (Leape et al., 1991; Fragata & Martins, 2006). Com o envelhecimento da população, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde ou a limitação do tempo das consultas médicas, é possível que as reações adversas medicamentosas aumentem, embora existam  na maioria dos países sistemas de farmacovigilância que procuram detetar, avaliar e prevenir estas ocorrências.
 
Os medicamentos de venda livre, para cuja aquisição não é necessária receita médica, não são menos inócuos que os que são vendidos nas farmácias, e o mesmo se poderá dizer de muitos produtos ditos naturais.
 
Para muitas doenças, o recurso aos medicamentos não deverá ser a primeira linha de tratamento nem o seu uso poderá colmatar outras medidas, por vezes requerendo maior esforço e empenho da parte do paciente mas certamente mais seguras, como modificações do estilo de vida, que incluem uma alimentação saudável, atividade física, abstinência tabágica e alcoólica.

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