Sou adepto da alimentação
vegetariana, que procuro consumir 1-2 vezes por semana. Contudo, não sou
apologista de uma dieta exclusivamente vegetariana, embora reconheça que é mais
saudável que o consumo frequente de carne de animais. No artigo de revisão “Dieta
vegetariana – factos e contradições” , publicado na Revista da Sociedade
Portuguesa de Medicina Interna [17 (3): 173-178, 2010], o autor conclui:
«Parece demonstrado o possível
benefício da dieta vegetariana em determinadas patologias, nomeadamente hipertensão
arterial, hipercolesterolémia, diabetes mellitus tipo 2 e obesidade, todos fatores
de risco de doença cardiovascular; este facto, associado à tendência
demonstrada pelos vegetarianos para menor incidência de tabagismo, contribui
para a significativa diminuição da morbilidade e mortalidade cardiovascular
nesta população. A incidência de determinados tipos de neoplasia (particularmente
neoplasias associadas a elevada ingestão calórica e de gordura saturada), está
também diminuída na população vegetariana. […] Pensamos que a dieta vegetariana
poderá significar mais uma ideologia de quem a segue, do que propriamente o
estabelecimento de uma dieta com efeito terapêutico, ou simplesmente “saudável”
baseada em factos científicos. Com efeito, os benefícios desta dieta podem ser
conseguidos por uma dieta normal desde que retirados fatores reconhecidamente agressores,
como grande quantidade calórica ou de gordura saturada. Enquanto a dieta
ovolactovegetariana (ou lactovegetariana) pode ser adotada sem risco significativo,
a dieta vegetariana pura parece muito restritiva, com risco real de deficiência
nutricional específica e, dificilmente, o seu eventual benefício ultrapassará o
risco que representa. É essencial, muito particularmente neste último tipo de
dieta, uma monitorização rigorosa do estado nutricional e a correção de
qualquer deficiência nutricional por parte do profissional de saúde».
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