Sigmund Freud (1856-1939), médico e pioneiro da psicanálise,
escreveu a sua primeira obra sobre A
Interpretação dos Sonhos em 1899. A partir da sua experiência pessoal e
clínica, defende que “o sonho tem um significado e não é a expressão de uma
atividade desconexa do cérebro”. Na sua opinião, o sonho seria “um fenómeno
psíquico cuja razão de ser é a satisfação (dissimulada) de um desejo”. Com base
nestes pressupostos, desenvolveu a teoria da psicanálise, com o objetivo de
descodificar o sentido oculto dos sonhos, que seriam gerados ao nível do
inconsciente.
Na psicanálise, a associação livre de ideias do paciente
durante uma conversa com o terapeuta, bem como a interpretação do significado
dos sonhos, constituíam a base do tratamento das doenças mentais. No processo
de associação livre, o paciente é encorajado a partilhar tudo o que lhe vem à
mente, por mais bizarros e estranhos que os seus pensamentos possam parecer.
As teorias freudianas nunca foram confirmadas nem foi
demonstrada a sua eficácia e superioridade em relação a outros métodos
terapêuticos. Quanto à função e significado dos sonhos, ainda há muita
discussão no meio académico. Segundo a Teoria Contemporânea do Sonho, o
fenómeno não é aleatório mas guiado pelas emoções que a pessoa experimenta na
sua vida. Pode ser uma forma de adaptação do organismo para enfrentar melhor
situações traumáticas e stressantes do dia-a-dia.
A psicanálise teve grande influência nas ciências sociais e
humanas, assim como na arte e na literatura do século XX, embora na atualidade,
com o grande desenvolvimento da psicofarmacologia e das neurociências, tenha um
papel muito limitado no tratamento da doença mental.
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