18/11/13

COMPAIXÃO: A PÉROLA PERDIDA NOS CUIDADOS DE SAÚDE

A compaixão integra a lista de atributos que os bons profissionais de saúde devem manifestar na sua relação com os pacientes, mas que infelizmente é uma das que se encontram com  menos frequência nos serviços de saúde. Se a compaixão não estiver presente na relação médico-paciente, há o risco deste último ser tratado de uma forma fria e distante, como uma coisa, um número ou um objeto de curiosidade clínica.
  
O significado prático da virtude da compaixão encontra-se expresso de forma sublime na parábola do Bom Samaritano, descrita no capítulo 10 do Evangelho de S. Lucas (que era médico). Nesta narrativa, o samaritano não se limita a um sentimento de tristeza ou pesar em relação ao homem que tinha sido vítima de um assalto e que certamente morreria se não fosse socorrido. Toma a iniciativa de agir, dando-lhe de beber, cuidando-lhe das feridas, levando-o para um local seguro (a estalagem mais próxima), e assegurando o pagamento integral das despesas relacionadas com a sua estadia e cuidados de saúde. É isso que significa a compaixão – um sentimento que leva à ação, o que é fundamental na relação clínica, de forma a minorar o grande problema da falta de humanização dos serviços de saúde.


Sem comentários: