O tabaco sob a forma de cigarros,
charutos, cachimbo ou cigarrilhas, é causa de milhares de mortes prematuras no
nosso País, seja por doenças cardiocerebrovasculares seja por cancros do
pulmão, laringe, bexiga e vários outros.
Muitas crianças e muitos jovens
são também consumidores de tabaco por causas sociais ou comportamentais, ou por
falta de informação concreta, sobre os perigos reais para a sua saúde e a sua
vida.
O número de fumadores passivos
(aqueles que só respiram o fumo dos outros) cresce a par do número de
fumadores.
Muitos fumadores querem deixar de
fumar e não conseguem, outros não querem mesmo. Mas outros ainda não têm
alternativa senão fumar o tabaco dos colegas de trabalho, ou dos familiares
fumadores, e também sofrem doenças ou morrem por isso.
Aqui ficam algumas regras que se
aplicam a todos:
1. O melhor de tudo é não começar
a fumar. Se pensa que, “todos os meus colegas fumam”, seja diferente, seja
original, não fume e tente que os seus amigos venham também a ser não
fumadores, esclarecendo-os se porventura ainda ignoram os perigos para a sua
saúde e a sua própria vida.
É imperioso que aos mais novos
tudo seja explicado e discutido atempadamente (em vez de proibir) para que eles
não nos acusem mais tarde de não lhes termos dado o conhecimento prévio dos
terríveis malefícios e das dificuldades em parar!
2. Pense nas vantagens dos não
fumadores: poupam dinheiro, têm um hálito mais fresco, menos rugas e menos
constipações; têm mais tempo de vida; têm menos probabilidades de vir a ter
cancro no pulmão, nos lábios, na laringe, orofaringe, esófago, pâncreas,
bexiga, rim, etc. e também de vir a ter alguma ou algumas doenças
cardiocerebrovasculares (acidente vascular cerebral, angina de peito, enfarte
do miocárdio, insuficiência cardíaca, morte súbita e isquemia dos membros
inferiores), doenças pulmonares como a bronquite crónica ou o enfisema, com
grave insuficiência respiratória. A própria osteoporose é agravada pelo tabaco.
E não menos importante é ainda a maior frequência de acidentes de estrada e de
incêndios por causa do tabaco!
3. Não pense “o tio José sempre
fumou e durou até aos 90 anos”. Isso é a exceção, a regra geral não é assim, o
fumador (ou a fumadora) morre 10 anos mais cedo do que os que não fumam. Pense se vale a pena arriscar e sofrer, de
que maneira!
4. Nunca é tarde para deixar de
fumar. Vale a pena, tem tudo a ganhar. Tente sozinho, ou com a ajuda dos que o
amam, mas se não conseguir peça ajuda ao seu médico, ou tente encontrar outro
fumador que queira também parar de fumar e entreajudem-se! É mais fácil, e são
dois a ganhar!
5. Deixar de fumar é duro e
difícil, e alguns recaem: poderá tentar parar várias vezes antes de conseguir
parar de vez. Arranje a vontade e acredite que vai valer a pena o esforço: a
sua força de vontade é a chave do sucesso.
6. Não espere por começar a
sentir-se mal, ou que o médico e as doenças o obriguem. Pare, assim que tomar
consciência do que é ser fumador. Se precisar de ajuda há também medicamentos
vários para ajudar a cessar de fumar! Desde os substitutos da nicotina,
pastilhas, adesivos, e outros que só o médico pode receitar.
7. Ao fumar, pense no mal que
isso lhe faz, e pense no mal que isso faz aos outros, os que não fumam, mas que
junto de si inalam também o seu fumo: companheira(o), filhos, parentes, amigos,
vizinhos, colegas de trabalho, etc. Esteja particularmente atento às crianças e
às grávidas.
8. Se está grávida não fume, e
convença o pai da criança a não fumar também: o pequeno ser que está dentro de
si nem sequer se pode desviar do fumo que tanto mal lhe faz - é obrigado a
fumar: fumador coercivo!
Aliás o que devem fazer ambos, é
parar de fumar (e de beber) logo que planeiam ter um filho, para que os
óvulos e os espermatozóides sejam mais
saudáveis!
9. Se é fumador passivo tenha a
coragem de dizer ao seu mais próximo “Não fume por favor, porque isso me
incomoda”. O seu direito à saúde e a respirar ar puro é muito importante e tem
de ser respeitado – a liberdade dos outros acaba onde começam a nossa liberdade
e os nossos direitos!
10. Comece a fazer valer os seus
direitos: está a ajudar-se a si, e a ajudar outros fumadores passivos, e até
ajuda os fumadores ativos (mesmo que eles o não reconheçam) porque fumarão
menos.
E já agora ajude-os também a
obter um lugar para fumar, quando já não aguentam mais!
Fonte: Instituto Nacional de
Cardiologia Preventiva (Prof. Fernando de Pádua)
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