O filho do grão rei, que a monarquia
tem lá nos céus e que de si procede,
hoje mudo e submisso à fúria cede
de um povo, que foi seu, que à morte o guia.
De trevas, de pavor se veste o dia,
inchado o mar o seu limite excede,convulsa a terra por mil bocas pede
vingança de tão nova tirania.
Sacrílego mortal, que espanto ordenas,
que ignoto horror, que lúgubre aparato!...tu julgas teu juiz!... Teu Deus condenas!
Ah! Castigai, Senhor, o mundo ingrato;
caiam-lhe as maldições, chovam-lhe as penas,também eu morra, que também vos mato.
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805)
Sem comentários:
Enviar um comentário