Edzart Ernst é um homem invulgar. Concluiu a licenciatura em
Medicina em 1978 na Alemanha, seu país natal, e praticou a homeopatia durante
alguns anos. Porém, a sua honestidade intelectual levou-o a investigar em
profundidade a validade científica desta terapia alternativa. As suas
conclusões são semelhantes às de centenas de estudos científicos realizados nas
últimas décadas, que afirmam que os efeitos benéficos que alguns pacientes referem
na sequência de tratamentos com produtos homeopáticos se baseiam exclusivamente
no conhecido efeito placebo. Este efeito traduz a ação de um produto não ativo,
do ponto de vista farmacológico, que em determinadas situações, em alguns
doentes, produz um efeito real benéfico para a situação clínica em causa. Para
isso contribuem diversos fatores, nomeadamente do foro psicológico, tais como a
confiança do paciente no produto, a convicção do médico ou uma boa relação
médico-paciente.
Ernst emigrou em 1993 para o
Reino Unido e é Professor Emérito da cadeira de Complementary Medicine da Universidade de Exeter e um dos maiores especialistas
mundiais sobre terapias alternativas. Todos os que se interessam por este tema
deveriam visitar o seu blogue: http://edzardernst.com
O médico escritor português do
século XIX Júlio Dinis alude num dos seus poemas (Similia Similibus) à “nova seita” e “novo sistema” que a homeopatia
representava nessa época.
Nova seita proclamaram
De Esculápio os descendentes;Dão vivas os boticários,
Estremecem os doentes.
Mas que achado! Os velhos médicos
Vêem o passado com mágoa;Estes, de novo sistema,
Aquecem água com água.
O fogo apagam com fogo,
Dão vista aos cegos, cegando,E até p'ra coroar a obra,
Curam da morte... matando.
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