Muitos apologistas do aborto e da eutanásia afirmam que, em última análise, a licitude destes atos tem a ver com a consciência de cada um. Por esse motivo, defendem que a lei deve ser permissiva, na medida em que “não obriga ninguém” a praticá-los.
Trata-se, porém, de um argumento perigoso, pois a consciência individual pode estar insensível, como testemunham as atrocidades cometidas nos regimes de ideologia comunista e nacional-socialista perante a indiferença e mesmo aprovação de muitos intelectuais.
Tolstoi, na sua obra magistral “A Morte de Ivan Ilitch” faz a seguinte descrição acerca do juiz Ilitch: «Na Faculdade de Direito cometera alguns atos que a princípio lhe pareciam vis e lhe causavam repugnância por si mesmo no momento em que os cometia; mas depois, vendo que os mesmos atos eram cometidos e altamente considerados por pessoas de elevada posição, e que não eram por elas considerados maus, embora não passasse a considerá-los bons, esqueceu-os por completo, ou deixou de se afligir ao recordá-los».
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