17/09/12

DIETRICH BONHÖEFFER

No meu último livro (Que Médicos Queremos?) incluo duas citações do teólogo alemão Dietrich  Bonhoeffer (1906-1945), um dos meus autores preferidos. Era um homem de fé e de caráter, que os algozes nazis condenaram à morte. Escrevendo em 1940, resume com extraordinária lucidez e premonição os perigos de uma ética deontológica separada do caráter do agente moral, conforme se verificou na Alemanha do III Reich:
 
O caminho do dever parece ser o mais seguro para se eximir à mole desorientadora das decisões possíveis. Aqui, o que foi ordenado apreende-se como o mais certo; a responsabilidade pela ordem recai sobre aquele que a profere, não sobre aquele que a executa. Mas quem se restringe à medida do dever nunca chega à ousadia da ação livre, que acontece por responsabilidade própria, a única ação que consegue atingir o mal no centro e vencê-lo. O homem do dever acabará por cumprir ainda o seu dever, mesmo diante do diabo. In BONHOEFFER, D. (2007).  Ética. Lisboa: Assírio e Alvim, p. 49.

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