09/01/12

POEMA DE T. S. ELIOT

A Águia se ergue nos confins do Céu.
O Caçador com seus cães persegue-lhe o circuito.
Ó perpétua revolução de estrelas configuradas,
Ó perpétua recorrência de determinadas estações.
Ó mundo de outono e primavera, nascimento e morte!
O ciclo interminável da ideia e da ação,
Invenção perene, perpétua experiência,
Traz a noção do movimento, mas não a do repouso;
A ciência da fala, mas não a do silêncio;
A ciência das palavras, e a ignorância da Palavra.

Todo o nosso saber nos aproxima de nossa ignorância,
Toda a nossa ignorância nos acerca da morte,
Mais próximos da morte, e não mais perto de Deus.
Onde está a Vida que perdemos a viver?
Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?
Onde está o conhecimento que perdemos na informação?
Os ciclos do Céu em vinte séculos
Nos afastam de Deus e nos acercam do Pó.

[ENGLISH]

The Eagle soars in the summit of Heaven.
The Hunter with his dogs pursues his circuit.
O perpetual revolution of configured stars,
O perpetual recurrence of determined seasons,
O world of spring and autumn, birth and dying!
The endless cycle of idea and action,
Endless invention, endless experiment,
Brings knowledge of motion, but not of stillness;
Knowledge of speech, but not of silence;
Knowledge of words, but not of the Word.

All our knowledge brings us nearer to our ignorance,
All our ignorance brings us nearer to death,
But nearness to death no nearer to God.
Where is the Life we have lost in living ?
Where is the wisdom we have lost in knowledge?
Where is the knowledge we have lost in information?
The cycles of Heaven in twenty centuries
Bring us farther from God and nearer to the Dust.

T. S. Eliot (1888-1965)

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