tag:blogger.com,1999:blog-33543051687543533352024-03-05T09:04:46.891+00:00Falemos de Saúde...e não só!JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.comBlogger255125tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-58304903795429799832014-07-31T11:44:00.000+01:002014-07-31T11:44:25.032+01:00PORQUE SOU CRISTÃO<div style="text-align: justify;">
O Cristianismo é, para mim, a
explicação mais completa e satisfatória para as cinco perguntas mais
importantes da vida: de onde viemos?, quem somos?, por que estamos aqui?, como
devemos viver?, para onde vamos?
<br />
<br />
<span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;"><object height="344" width="520"><param
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</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-8586302552358959152014-07-29T17:30:00.000+01:002014-07-29T17:30:52.029+01:00O ENSINO DAS HUMANIDADES NAS ESCOLAS MÉDICAS<div style="text-align: justify;">
Segundo Edmund Pellegrino, as
competências que devem constar dos programas de estudos humanísticos, na
formação médica pré-graduada, incluem a capacidade de reflexão crítica, a
capacidade de ouvir e ler de forma inteligente, a capacidade de tomar decisões
éticas, a capacidade de apreciar a arte, bem como a capacidade de compreender a
História. Defende que o ensino das humanidades liberta a mente e a imaginação,
estimula a criatividade e proporciona uma melhor apreciação da complexidade da
condição humana. Promove ainda o desenvolvimento das qualidades associadas a
uma educação liberal, designadamente “a capacidade de demanda da verdade, de se
compreenderem os valores dos outros e deste modo avaliar os próprios, de se
conceber uma resposta para os problemas da existência, e de comunicar de forma
clara e persuasiva”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
As disciplinas que poderão
integrar o curriculum das humanidades, pela sua capacidade de enriquecimento do
espírito humano, são a filosofia, a história da medicina, a literatura, a
antropologia, a psicologia, a sociologia, a arte, a teologia, o direito e,
naturalmente, a bioética.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Os objetivos desta formação,
aplicada à medicina, incluem a discussão sobre atitudes e virtudes do médico na
sua atividade profissional; a reflexão crítica acerca do papel do médico na
relação com o paciente e na sociedade contemporânea; a comunicação com o
paciente, a família e a sociedade; a apreciação do contexto sociocultural da
doença; a temática da humanização dos cuidados de saúde; bem como a exposição a
obras clássicas da literatura que promovam a reflexão sobre o exercício da
medicina, a relação médico-paciente, o sofrimento e a morte. Pellegrino considera
que a literatura tem provado ser uma forma eficaz de ensinar o cuidado e
compaixão pelos pacientes, pelos que sofrem e pelos que estão a morrer.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Nos Estados Unidos, os programas
mais bem sucedidos incluem uma disciplina de “Introdução às Humanidades” no
primeiro ano do curso médico, disciplinas específicas nos anos do ciclo
clínico, algumas delas opcionais, de acordo com os interesses dos alunos, assim
como a realização de seminários e aulas teóricas acompanhadas de discussão em
pequenos grupos. Para além de um ensino mais formal, tendo em conta os
objetivos enunciados, pretende-se que os estudantes tenham a oportunidade de
refletir, de modo crítico e construtivo, acerca da abordagem de casos clínicos
e dilemas éticos específicos encontrados na prática clínica. </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Pellegrino adverte, porém, que os
casos clínicos devem ser bem selecionados, as questões que levantam devem ser
claramente definidas, e devem ser acompanhados de leituras complementares, para
melhor compreensão do problema. Este autor pretende que a formação humanística
tenha uma aplicação prática na atividade clínica quotidiana e que o ponto de
partida para a reflexão seja sempre “um ser humano real enfrentando um problema
real envolvendo valores, expectativas e preferências”. Lamenta que, por vezes,
a inclusão de disciplinas da área das humanidades nos curricula dos estudantes
de medicina represente mais uma sobrecarga de conhecimentos e informações que
têm de dominar em vez de facultarem o espaço e oportunidade de reflexão
subjacente ao espírito da educação liberal. Porém, um dos sinais promissores da
utilidade e relevância do ensino das humanidades nos cursos de medicina é o
número crescente de estudantes dos EUA que, após a licenciatura, realizam
cursos de formação pós-graduada em bioética e áreas afins.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O filósofo espanhol contemporâneo
Fernando Savater defende que, mais importante que a escolha das disciplinas
humanísticas que se incluam no plano de estudos, é o modo como são ensinadas.
Considera lamentável que por vezes o ensino de línguas ou da própria filosofia
seja transmitido de uma forma monótona, desinteressante e normativa, cerceando
o prazer da descoberta, o estímulo intelectual e o debate de ideias. Pior
ainda, pode levar a uma aversão dos estudantes por estas disciplinas, que é
precisamente o oposto do que se pretende com a introdução a estas áreas do
saber. Salienta que “o professor que quer ensinar uma disciplina tem que
começar por suscitar [nos alunos] o desejo de aprendê-la”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Infelizmente em Portugal, à
semelhança de muitos outros países, os curricula da formação pré-graduada da
maior parte das escolas médicas, seguindo um modelo científico-positivista,
valorizam principalmente a aquisição de conhecimentos e competências técnicas,
em detrimento de uma formação clássica sólida em estudos humanísticos. Acresce
o facto de o ensino secundário separar relativamente cedo, no 10.º ano de
escolaridade, as disciplinas da área de ciências das humanidades, geralmente
consideradas o parente pobre do ensino secundário, e para o cálculo da média
final de acesso ao curso de medicina as classificações obtidas nos exames
nacionais a três disciplinas, todas elas da área de ciências, terem um papel
determinante.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Segundo Sir David Weatherall, o
sistema de ensino britânico padece do mesmo mal: “Os jovens, se desejam ser
médicos, têm de se distinguir em ciências no ensino secundário a partir dos
quinze anos, depois passam cinco ou seis anos tentando dominar os programas
curriculares sobrecarregados das escolas médicas, após o que são atirados para
a linha da frente da agitada vivência hospitalar moderna. Não admira que nunca
tenham tempo para aprender o suficiente sobre o mundo para serem capazes de
refletirem acerca dos problemas multifacetados das pessoas doentes”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Tem-se assistido também, nos
últimos anos, a uma valorização crescente da componente técnica e científica de
outras disciplinas da área da saúde, nomeadamente a enfermagem. Por outro lado,
na opinião de Pellegrino, as ciências sociais e humanas como a psicologia e a
sociologia, apesar de importantes, não substituem outras áreas das humanidades
que deveriam integrar os programas curriculares do ensino médico. Na sua
procura de objetividade, têm-se tornado estudos especializados em que o recurso
à estatística e metodologias científicas se sobrepõem à reflexão sobre as
dimensões psíquicas e sociais da pessoa humana.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Há todavia sinais de esperança.
Em Portugal, no curso de medicina da Escola de Ciências da Saúde da
Universidade do Minho existe uma área curricular, em todos os anos do curso,
designada por “Domínios Verticais”, que inclui a antropologia, a filosofia, a
história da medicina, a literatura e a arte, bem como os designados “Casos do
Mês” que consistem na seleção, pelos alunos, de situações da atualidade local,
nacional ou internacional que mereçam reflexão; “Uma Pessoa Confessa-se”, que
consiste no diálogo vivo e presencial com personalidades públicas de
reconhecido mérito, e “Manta de Retalhos”, que são apresentações pelos alunos
de obras literárias e artísticas por eles escolhidas ou da sua autoria.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Parece-nos que esta abordagem
traduz uma melhor integração e articulação das humanidades com a vivência
clínica durante a formação médica pré-graduada. Trata-se de uma filosofia
distinta de outros modelos em que o ensino das humanidades, quando existe, é pontual,
muitas vezes opcional e desarticulado dos restantes conteúdos curriculares,
como uma espécie de contrapeso para compensar o paradigma científico dominante.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Para Pellegrino, a sociedade
atual necessita de médicos que, “além de serem tecnicamente competentes, sejam
compassivos e instruídos, que possam entender como o seu trabalho se relaciona
com a cultura de que fazem parte, e que possam lidar com empatia com outros
seres humanos em sofrimento”, mas reconhece que “todos estes atributos
raramente se encontram numa só pessoa. Um modelo de formação, mesmo baseado em
estudos humanísticos, não pode garantir todos”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Em nossa opinião, devemos ter em
conta as recomendações de Edmund Pellegrino e outros autores sobre a
necessidade de se valorizar o ensino das humanidades nos cursos de medicina,
pois como refere também João Lobo Antunes, “percebi há muito que a medicina tem
um travo diferente quando é praticada por médicos cultos, não só porque apreendem
mais facilmente a complexidade do que é estar doente […] mas também porque
desenvolvem aptidões como empatia, curiosidade, sentido de humor, imaginação,
disponibilidade, que lhes permitem saborear melhor a profissão que abraçaram”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Jorge Cruz. Bioética e
Humanidades Médicas: Uma abordagem a partir de Edmund Pellegrino. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mirabilia Medicinae</i> 2:38-48, 2014.</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-20292674991903813802014-07-28T08:18:00.000+01:002014-07-29T17:31:05.340+01:00BIOÉTICA E HUMANIDADES MÉDICAS<div style="text-align: justify;">
Nos séculos XVII e XVIII, verificou-se uma divisão radical
entre as ciências e as humanidades, por influência do Iluminismo. Esta cisão
teve profundas repercussões em vários domínios, sendo responsável pela
implementação da racionalidade científica como paradigma dominante. A medicina
passou a ser encarada como uma ciência pelo mundo académico, obtendo o mesmo
estatuto que a física, a química ou a biologia, o que contribuiu para os
enormes êxitos alcançados no conhecimento da etiopatogenia das doenças e seu
tratamento, bem como para o desenvolvimento da farmacologia, da genética e de
muitas outras áreas de especialização.<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Contudo, passou a valorizar-se um modelo biomédico ou
biomecânico no ensino e prática da medicina, em detrimento de uma conceção
holística, antropológica ou biopsicossocial da pessoa doente, que só nas
últimas décadas tem vindo a ser novamente apreciada. O médico e bioeticista
Walter Osswald partilha desta opinião: “A partir do iluminismo e da aceitação
da ciência como esperança de salvação, as coisas modificaram-se: a medicina
rejeitou a sua componente de arte para se declarar ciência, dura e pura,
exibindo desvanecidamente as suas descobertas e progressos e prometendo a
resolução, para breve, das imensas áreas de desconhecimento que maculam o mapa
das suas conquistas”.<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O modelo biomédico, que tem sido o mais divulgado e
dominante na sociedade contemporânea, está focalizado na doença, enquanto que o
antropológico, como o próprio nome indica, se encontra centrado na pessoa
doente. Segundo o grande bioeticista Edmund Pellegrino, tendo em conta as
quatro dimensões geralmente envolvidas numa relação médico-paciente (biológica,
psicológica, social e espiritual), qualquer modelo que apenas tenha em
consideração uma delas será sempre insuficiente e redutor. Nas suas palavras,
“a limitação empírica mais grave do modelo biomédico é ser unidimensional,
negar a complexidade da experiência de estar doente e, portanto, a complexidade
que envolve o tratamento e cuidado dos pacientes”.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No encontro clínico as circunstâncias não são reprodutíveis,
nem sequer para o mesmo paciente, noutra ocasião. Ao contrário da ciência, que
através do método científico procura conhecimentos baseados na observação
sistemática e controlada, que se forem reprodutíveis se poderão generalizar, a
medicina é, na sua essência, a ciência do caso particular. Por esse motivo,
terá de ser necessariamente humanista, até porque, muitas vezes, o elemento mais
importante na relação assistencial não tem caráter científico. Caso contrário,
não se estará a exercer verdadeira medicina, mas uma amálgama de técnicas,
ciência e psicologia.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Edmund Pellegrino, na esteira do pensador romano do século
II d.C. Aulus Gellius, identifica dois conceitos distintos de humanismo na
medicina. Por um lado, a noção derivada da palavra latina <i style="mso-bidi-font-style: normal;">humanitas</i> ou do vocábulo grego <i style="mso-bidi-font-style: normal;">paideia</i>,
que significava o ensino e a formação em humanidades e que podemos designar de
componente educacional; por outro lado, o sentido de compaixão ou filantropia
nas relações humanas e em particular no encontro médico-paciente, que podemos
denominar de componente relacional. Na sua opinião, as duas vertentes são
necessárias na prática clínica.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Na conceção de Pellegrino, o humanismo caracteriza-se pela
preocupação genuína pela centralidade da pessoa humana em cada aspeto da
atividade profissional, o que se traduz no respeito pela sua liberdade,
dignidade e sistema de valores, numa demonstração de cuidado e interesse pelo
seu bem-estar. O seu conceito de humanismo não se restringe assim a um ideal
educacional ou literário, nem está dependente de uma formação clássica nas
humanidades. Segundo Patrão Neves, a própria bioética é um movimento de
expressão humanista porque pretende contribuir “para a preservação e promoção
do humano”.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
De uma maneira geral, a referência ao humanismo ou
humanização, no contexto da saúde, está relacionada com a necessidade sentida
de que os médicos e outros profissionais tenham um interesse sincero pelos
pacientes como pessoas. Sir William Osler (1849-1919), um dos fundadores do
Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, pretendendo destacar a importância deste
aspeto na relação clínica, referia que “é mais importante conhecer o doente que
tem a doença do que conhecer a doença que o doente tem”.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A primeira obra de Edmund Pellegrino <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Humanism and the Physician</i>, editada em 1979, procura precisamente
chamar a atenção para a relevância e utilidade das humanidades para o exercício
da medicina. Em sua opinião, é fundamental o recurso às humanidades para se
compreenderem melhor as questões éticas e os valores envolvidos em muitas
decisões clínicas, para poder fazer uma autoanálise crítica da prática da
profissão, e porque são elas que conferem as atitudes e competências que
distinguem um médico culto de um simples executor de um conjunto de técnicas e
procedimentos. Considera que um relacionamento verdadeiramente humanista entre
o médico e o paciente permite que cada um expresse o mais possível a sua
humanidade. Defende que um médico culto está mais bem habilitado do que outro
que apenas tenha desenvolvido competências técnicas e científicas, para atender
às várias dimensões do ato médico, que quase sempre envolvem fatores sociais e
mentais para além da componente física ou biológica.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Pellegrino salienta que um médico culto se distingue dos
seus pares pela sua capacidade de pensar de forma crítica e inteligente fora do
âmbito estrito da medicina e sugere que uma das formas mais eficazes dos
médicos evitarem a rotina, o tédio e o desânimo na sua atividade profissional é
através do estudo sistemático de pelo menos uma das humanidades ao longo da vida.
Concorda com a proposta do filósofo estadunidense Albert William Levi, que
dividiu as humanidades em três áreas principais, designadamente a comunicação
(linguagem e literatura), a continuidade (história) e a crítica ou reflexão
(filosofia).</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
As humanidades ajudam a refletir criticamente sobre as
decisões clínicas, que envolvem quase sempre aspetos éticos, e o impacto que
podem ter na vida dos doentes. Facultam ao médico instrumentos que lhe permitem
fazer uma autoanálise séria e honesta sobre as decisões tomadas, tendo em vista
o aperfeiçoamento da sua prática profissional, evitando o conformismo e a
repetição de erros evitáveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A medicina tem claramente um componente científico, na
medida em que utiliza metodologia das ciências na prossecução dos seus fins,
mas tem igualmente um componente humanístico, que valoriza todas as dimensões
da vida humana. Conforme refere Sgreccia, os valores éticos integram a cultura
humanística, os factos biológicos associam-se à cultura científica. Para
Pellegrino, a medicina é a mais humanista das ciências e a mais científica das
humanidades. Nas suas palavras, “a medicina é uma ciência humanista, uma vez
que tem de examinar o ser humano simultaneamente como pessoa e objeto de
estudo.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Por um lado, para compreender o ser humano como objeto de
estudo utiliza uma linguagem objetiva, factual e científica e o método das
ciências, "expurgando" necessariamente todo o mito; por outro lado,
para compreender o ser humano como pessoa, deve ter em conta todos os aspetos
subjetivos, imaginários, intencionais, autoconscientes e mitológicos”. Ao longo
dos séculos, muitos foram os clínicos que se dedicaram às artes ou sentiram a
necessidade de complementar a sua formação científica pelo estudo das
humanidades.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Van Rensselaer Potter sugeriu que a bioética poderia ser a
ponte epistemológica entre as duas culturas mencionadas pelo físico e escritor
inglês C. P. Snow (1905-1980), devido à sua natureza transdisciplinar, que
abrange as ciências e as humanidades, bem como à sua perspectiva ecológica ou
global, não se restringindo ao âmbito das ciências da saúde. Edmund Pellegrino
considera ser a medicina a disciplina que reúne as melhores condições para ser
o elo de ligação entre a cultura científica e a humanística. Também para o
neurocirurgião João Lobo Antunes, “a tese de Snow continua a suscitar
controvérsia e alguma irritação, mas agrada-me por entender eu que a medicina,
filha de mãe jovem, a biologia, e pai idoso, a filosofia […] é, por excelência,
a cultura que harmoniza as outras duas, tão antipaticamente dissonantes”.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Esta perspectiva parece-nos mais realista, pois, ao
contrário da medicina, a bioética não surgiu no contexto das ciências humanas,
mas das ciências médicas. Além disso, não se pode falar com propriedade de um
único modelo de bioética, mas de vários, desde uma perspectiva mais restrita de
uma ética dos cuidados de saúde a uma mais ampla de bioética ambiental, e tendo
em conta os vários desenvolvimentos desta nova área do saber humano nos
diferentes contextos geográficos e culturais do globo.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Jorge Cruz. Bioética e
Humanidades Médicas: Uma abordagem a partir de Edmund Pellegrino. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mirabilia Medicinae</i> 2:38-48, 2014.</div>
</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-1982078143219281912014-07-23T07:15:00.000+01:002014-07-23T07:16:18.757+01:00MATERNIDADE DE SUBSTITUIÇÃO: PROBLEMAS ÉTICOS <div style="text-align: justify;">
O debate em torno da maternidade
de substituição, em que embriões resultantes de fecundação <i style="mso-bidi-font-style: normal;">in vitro</i> são implantados no útero de uma mulher externa ao casal,
tem suscitado grande controvérsia.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Na opinião do Prof. Pinto Machado
e outros eticistas, “a maternidade de substituição não é eticamente
admissível”, “porque instrumentaliza a gravidez, que passa a ter sentido
comercial, e porque coarta radicalmente os laços íntimos de comunicação entre a
gestante e o feto”.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10pt;">J.
Pinto Machado. Problemas éticos relativos à reprodução / procriação medicamente
assistida. In Archer L, Biscaia J, Osswald, Renaud M (Coord). Novos Desafios à
Bioética. Porto Editora, 2001, pp. 98-109.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/L6ahtCd6OGo" width="560"></iframe></span></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-41064457981813095212014-07-21T07:44:00.000+01:002015-06-12T17:40:44.601+01:00PROTEGER OS OLHOS DA LUZ SOLAR<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKqwpJYDOVl8KgZWeMV9RJMprC916c2ftZvbVwZXSlI1a2TpcERHmtnQuUHU-Xho7Mzg05kEJQ7eQXWNueL0wQ7SGRm0iDDZoZWwYRYf_hgKA75364GQr9kDRVe36518zLDxT76wXmylg/s1600/baby.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="307" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKqwpJYDOVl8KgZWeMV9RJMprC916c2ftZvbVwZXSlI1a2TpcERHmtnQuUHU-Xho7Mzg05kEJQ7eQXWNueL0wQ7SGRm0iDDZoZWwYRYf_hgKA75364GQr9kDRVe36518zLDxT76wXmylg/s1600/baby.gif" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Com a chegada do verão e o
aumento dos índices de raios ultravioleta (UV), a Sociedade Portuguesa de
Oftalmologia deixa o alerta: é fundamental proteger devidamente os olhos da luz
solar, que está na origem de patologias graves como a degenerescência macular
da idade e o melanoma da coroideia.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
“O sol atua diretamente sobre
diferentes elementos do olho: atinge a córnea e a mácula por ação dos raios UV
e o cristalino e retina por ação dos raios infravermelhos. A luz solar também atua
por efeito acumulativo dos raios UV podendo levar a lesões da retina e área
macular” explica o oftalmologista Dr. Fernando Bivar.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Este especialista afirma também que
“de acordo com alguns autores, a ação continuada do sol sobre o olho ao longo
dos anos está na origem da Degenerescência Macular da Idade que é, segundo a
Organização Mundial de Saúde, a principal causa de cegueira a partir dos 50
anos de idade, nos países desenvolvidos. A exposição prolongada e desprotegida
à luz solar pode também originar melanoma nas pálpebras e no interior do olho –
melanoma da coroideia. Este é o tumor intraocular primário mais frequente nos
adultos. Tal como os melanomas da pele, surge com maior frequência nas pessoas
de pele e olhos claros, com tendência para as queimaduras solares. Muitas vezes
cresce sem dar sintomas e tem risco de metastização para o fígado, pulmão e
pele”.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Relativamente à proteção, o Dr. Fernando
Bivar refere: “é essencial que quem está mais sujeito à exposição solar proteja
os olhos com óculos com filtros para os raios UV. A lente pode não ser
necessariamente escura, mas deve ter este tipo de filtro. Isto significa que
quem usa óculos de lentes escuras mas sem filtros para raios UV está tão
exposto aos efeitos nocivos da luz solar como quem não os usa”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Fonte: Sociedade Portuguesa de
Oftalmologia</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-9754716070970924112014-07-17T10:24:00.001+01:002014-07-17T10:27:15.876+01:00PREVENÇÃO DO CANCRO<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT;"><span style="font-family: inherit;">“Os diversos estudos que avaliaram os benefícios que se
podem obter através de medidas de prevenção primária – e que se traduzem numa
redução da incidência e/ou mortalidade por cancro – apontam quase todos para os
ganhos quantitativos a seguir descritos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT;"><span style="font-family: inherit;">Nas sociedades ocidentais, seria possível reduzir a
ocorrência de cancro e a mortalidade a ele associada em cerca de 80-90 %
através da adoção das seguintes medidas de prevenção: a) a eliminação do tabaco
levaria a uma redução daqueles valores na ordem dos 30 %; b) a modificação do
estilo de vida, com alteração substancial da dieta (maior consumo de vegetais e
frutas, menor consumo de açúcar, carne vermelha e gorduras saturadas), combate
ativo à obesidade e aumento da prática de exercício físico regular, conduziria
a uma redução de 30-40 %; c) a eliminação do álcool, por seu turno,
traduzir-se-ia numa redução de cerca de 10 %. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT;"><span style="font-family: inherit;">Estes estudos referem também, embora sem uma
quantificação tão precisa, que a vacinação contra o HBV e o HPV, bem como a
redução da exposição a carcinogéneos ambientais (p. ex. radiação solar e radiações
ionizantes) e a carcinogéneos ocupacionais, permitiria alcançar uma redução da
mortalidade por cancro da ordem dos 10 %. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT;"><span style="font-family: inherit;">Os 10-20 % restantes correspondem à susceptibilidade genética
(cancros hereditários e cancros com elevada agregação familiar) e à influência
de fatores individuais, em parte também geneticamente condicionados”. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT;"><span style="font-family: inherit;">Pequeno excerto do recente livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Cancro</i>, do Prof. Manuel Sobrinho Simões (pp. 89-90). Pode
encomendar </span><a href="http://www.ffms.pt/ensaio/835/o-cancro"><span style="font-family: inherit;">aqui</span></a><span style="font-family: inherit;">.</span></span></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-22299084484109822942014-07-14T09:31:00.000+01:002015-06-12T17:40:55.765+01:00EFICÁCIA DOS PROTETORES SOLARES<div style="text-align: justify;">
Os protetores solares são
importantes na prevenção das queimaduras solares e do cancro da pele, apesar de
nem todos serem eficazes. Segundo o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Environmental
Working Group</i>, dos EUA, a utilização de protetores em forma de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">spray</i>, com índice de proteção acima de
50 ou com vitamina A não são aconselháveis.<br />
<br />
Mesmo com o uso de um protetor
solar adequado, a única proteção realmente eficaz é limitar o período de
exposição ao sol.<br />
</div>
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/7-OnGkLhkyc" width="560"></iframe><o:p></o:p></span><br />JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-88230248782700698912014-07-11T17:09:00.000+01:002014-07-11T17:09:38.475+01:00O ENFARTE NÃO PODE ESPERARCONHEÇA OS SINTOMAS<o:p></o:p><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Os sintomas mais comuns de um
enfarte do miocárdio são dor no peito, por vezes com irradiação para o braço
esquerdo, costas e pescoço, podendo ser acompanhada de suores, náuseas, vómitos,
falta de ar e ansiedade. Por vezes, sobretudo nas mulheres, os sintomas podem
manifestar-se por falta de ar, fraqueza, sensação de indigestão e fadiga. Os
sintomas normalmente duram mais de 20 minutos mas também podem ser
intermitentes</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
NÃO PERCA TEMPO</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Conhecer e compreender os sinais
de um enfarte permite agir rapidamente e procurar ajuda médica. A rapidez é
fundamental para o sucesso do tratamento. A cada minuto que passa o risco de
morte aumenta. </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Em caso de enfarte, não deve
tentar chegar a um hospital pelos seus próprios meios. Em Portugal e na Europa,
ligue o número 112.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/cBaoE6tyeoo" width="560"></iframe><o:p></o:p></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-24049433777571779932014-07-09T09:46:00.002+01:002014-07-09T09:46:38.571+01:00SEJA ATIVO NA PREVENÇÃO DIÁRIA DO CANCRO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH-aDwxNctL90wlAxoaPuT2LNKQOgRX02MT-xYvJT0QtA1t43DTnwgySdRprHZYpiR61wk-Szbfe3yJEo9NkKOZz77mumwnkk5M7hQNAWY6Pm0py6zc3IlQMYTvFNDgtw10DGPgDipkZg/s1600/2043723_orig.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH-aDwxNctL90wlAxoaPuT2LNKQOgRX02MT-xYvJT0QtA1t43DTnwgySdRprHZYpiR61wk-Szbfe3yJEo9NkKOZz77mumwnkk5M7hQNAWY6Pm0py6zc3IlQMYTvFNDgtw10DGPgDipkZg/s1600/2043723_orig.jpg" height="316" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Faça uma alimentação saudável. Um
terço das mortes por cancro é atribuído a hábitos alimentares errados e à
inatividade física. 75 a 80% da maior parte dos cancros são causados por
fatores associados ao estilo de vida. 30% dos cancros estão direta ou
indiretamente relacionados com a nutrição. 40% dos cancros podem ser evitados
com mudanças no estilo de vida.</div>
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<strong>Recomendações para a prevenção</strong></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Limite o consumo de gorduras
saturadas e de alimentos ricos em açúcares e sal. Reduza o consumo de carnes
vermelhas - prefira as carnes brancas (aves, coelho) e o peixe. Os peixes
gordos (sardinha, cavala, salmão) são fontes de ómega-3, que protegem contra o
cancro.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Não coma alimentos
pré-confecionados pois contêm muito sal. Utilize ervas aromáticas e especiarias
para temperar os seus pratos.</div>
<br />
Não reutilize as gorduras - use
pouca gordura na confeção de alimentos e prefira o azeite.<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Aumente os produtos hortícolas e
fruta nas suas refeições. Inclua leguminosas na sua alimentação - os legumes de
cor vermelha e roxa (tomate, beringela, beterraba) são ricos em licopeno (potente
antioxidante). Contêm também fibras, vitaminas e minerais.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Consuma cereais integrais, pelo
seu alto teor em fibra.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Tenha especial atenção na
preparação dos alimentos - não consuma alimentos total ou parcialmente
carbonizados. Prefira cebola e alho para temperar.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Modere o consumo de bebidas
alcoólicas - o consumo excessivo de álcool aumenta o risco de desenvolvimento
de cancro. Prefira água.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Leia os rótulos dos alimentos.
Combata a obesidade. Pratique atividade física regular.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Fonte: Liga Portuguesa Contra o
Cancro</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-13717144324705829622014-07-07T08:39:00.000+01:002014-07-07T08:39:05.151+01:00A QUÍMICA DO DIA-A-DIA
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/YdkPt6DUKuI" width="560"></iframe><o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Uma apresentação magistral, em
língua inglesa, sobre o papel da química no dia-a-dia e, em particular, na
alimentação humana. O Doutor Joe Schwarcz é<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>professor de Química na Universidade McGill em Montreal, no Canadá. É
autor de vários livros sobre estes temas, um dos quais (<a href="http://www.wook.pt/ficha/o-genio-da-garrafa/a/id/170706">O génio da Garrafa</a>) foi
publicado pela Gradiva em 2005.</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-17415996799832134352014-07-02T11:37:00.000+01:002014-07-02T11:38:18.398+01:00MEDICINA E LITERATURA (3.ª parte)<div style="text-align: justify;">
Pelo que acabo de muito
sucintamente expor, facilmente se entenderá que não concebo a relação entre
Medicina e Literatura na base da eventual evasão ou do mero lazer (embora,
claro, a leitura de textos literários faça parte para maioria dos seus tempos
livres), nem tão pouco como uma espécie de complemento de erudição opcional e
decorativa. O que está em jogo quando se cruzam estas duas áreas do
conhecimento e respetivos quadros epistémicos e retóricos, é tão importante e
complexo quanto a compreensão e representação da vida humana nas suas
diferentes e complementares vertentes, pelo que não se deverá ficar por um
simples voluntarismo de horas vagas ou de vagas afinidades.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
De resto, o aturado estudo do
Doutor Jorge Cruz a partir da obra de Edmund Pellegrino, mostra bem que não
bastam nem ideias imprecisas, vulgo preconceitos, nem legislações muito
sofisticadas - por muito bem intencionadas que umas e outras possam ser - para
que estejamos perante uma Medicina radicada em valores humanistas e éticos.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Em primeiro lugar, importa que
saibamos exatamente o que está em causa por detrás dos princípios, modelos e
termos, expressos ou subjacentes a diferentes práticas de Medicina. Depois,
importa ter em conta as dificuldades que se apresentam na passagem das teorias
às práticas. Nesse sentido, enquanto leitora e cidadã, (e até agora pelo menos,
pontualmente paciente ou familiar de pacientes), a explicitação do chamado
“paradigma das virtudes” foi para mim muito esclarecedora. Não que eu não
tivesse já intuído que um médico deverá ter certos traços de carácter como a
prudência ou a justiça, mas o enquadramento e explicitação dessas e outras
“virtudes” permitiu-me tomar consciência de diferentes pressupostos e
consequências na formação dos médicos e no decurso do exercício da sua
atividade; permitiu-me encontrar termos mais adequados e fundamentados para
dirimir argumentos e para me envolver naquela pergunta que dá título ao livro
de Jorge Cruz - “Que médicos queremos?” - fazendo-o não de uma forma mais ou
menos emotiva e volátil, como tantas vezes se
assiste na praça pública, mas de um modo mais consciente e consistente.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Julgo que este acesso às palavras
adequadas (como aquelas a que a Literatura também tantas vezes dá acesso), esta
consciência de valores estruturantes de uma prática tão nobre como a prática
médica, pode vir a reunir quer pacientes e sociedade em geral num propósito
comum traduzível no completar do título com o verbo ter - “que médicos queremos
ter?” –, quer aqueles que, pelas suas funções, a completarão com o verbo ser –
“que médicos queremos ser?”. Parece-me evidente que só quando houver, ou sempre
que houver, essa conjunção de vontades e de expetativas, existirá uma
verdadeira relação clínica em prol do humano. Tanto da humanidade do paciente
como da humanidade do médico.</div>
<br />
<div class="Default" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Prof. Doutora Ana Paula Coutinho</div>
<div style="text-align: justify;">
Professora Associada do
Departamento de Estudos Portugueses e Estudos Românicos da Faculdade de Letras
da Universidade do Porto. Doutorada em Literatura Comparada.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-35602913559257891332014-07-01T14:18:00.000+01:002014-07-02T11:37:15.815+01:00MEDICINA E LITERATURA (2.ª parte)<div style="text-align: justify;">
Num tempo tão paradoxal como aquele que nos está a ser dado viver, tanto se assiste a uma desvalorização das Humanidades, desde logo em termos curriculares nos diferentes níveis de ensino, desinteresse sumariamente sustentado na sua fraca rentabilidade ou empregabilidade nas sociedades contemporâneas, como se depara também com a chamada de atenção, em várias frentes, para a urgência de complementar as formações cada vez mais específicas e tecnológicas com uma formação humanista, no sentido mais abrangente, nobre e consistente do termo, que colmate graves lacunas de formação noutras áreas culturais como a Filosofia, a História, as Línguas, a Literatura e/ou outras expressões artísticas.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Algumas universidades – e desde logo universidades estrangeiras consideradas de topo, mas também entre nós, registe-se, a Universidade do Minho, com os chamados “domínios verticais” no seu curso de Medicina - têm apostado nessa associação de saberes que se não é de modo nenhum nova, aponta para um paradigma outro de conhecimento, onde o grande desafio não é (ou não deverá ser) a simples adição de informações, mas sim a pesquisa e o ensaio cada vez mais sólidos da articulação complementar de saberes com um propósito comum e nuclear: o conhecimento e a preservação do mundo, da vida ou da criação em todas as suas formas.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Assim, em boa hora, seguindo a lógica do próprio pensamento de Edmund Pellegrino, o Doutor Jorge Cruz dedicou os últimos capítulos do seu livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Que médicos queremos?</i> às temáticas da “Medicina e Humanidades” e da “Relação médico-paciente na Literatura”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Se é verdade que a Medicina é a mais humanista das ciências e a mais científica das humanidades, como defende Pellegrino (note-se, aliás, que o radical indo-europeu “med-“, que significa cuidar, é comum à palavra meditação, ou ao verbo meditar), importa defender a inclusão das Humanidades na formação dos estudantes de Medicina, como o fez Pellegrino, médico e pioneiro da Bioética. E eu diria até mais: essa formação inclusiva deveria acontecer não apenas na formação inicial dos médicos como na sua formação (obrigatória) ao longo da vida, (co)respondendo assim à consideração tão sábia quanto oportuna do conhecido médico português, escritor e pintor, Abel Salazar: “ o médico que só sabe medicina, nem medicina sabe”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Correndo o risco de ser a este nível suspeita, não posso deixar de sublinhar a importância da Literatura nessa formação humanística dos médicos, uma vez que ela representa já, em si mesma, um vasto domínio onde confluem muitos outros saberes, por vezes também de natureza científica, e onde são trabalhadas as grandes questões existenciais que ocupam e atravessam igualmente outras áreas do conhecimento.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Quando se pensa nas relações entre Medicina e Literatura, imediatamente vêm à ideia os muitos casos de médicos-escritores, não só ao longo dos tempos, como em diferentes quadrantes geográficos e culturais, facto esse que levou à fundação, em 1959, da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Union Mondiale des Écrivains-Médecins</i>. A existência de tantos casos de complementaridade de ação ou de “identidade dupla” é já em si mesma bastante sintomática, supondo por conseguinte várias afinidades entre esses dois tipos de “intérpretes de signos”, cuja observação radica e se transforma em narrativa.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No entanto, de modo nenhum o estudo desses exemplos de “identidade dupla” esgota as virtualidades das relações entre Medicina e Literatura. Que puderam (ou podem) aproveitar todos os restantes - os que são médicos e que não são escritores, os que não são nem uma coisa nem outra, mas que um dia já foram ou serão doentes - do contacto com a Literatura e até muito em especial do contacto com a Literatura atravessada pelos universos da Medicina e da doença? Eu diria que uns e outros têm a ganhar com a leitura e a análise dos textos literários (tanto contemporâneos como antigos), na medida em que eles preparam (ou podem preparar) para a observação, para a interpretação, para a reflexão e para a comunicação, em suma, para o reconhecimento e uso cada vez mais ajustado das palavras, não exatamente, claro, de termos científicos, mas das palavras que concorrem para discursos de reflexão e de comunhão; palavras que ressoam conhecimento do passado, que se adaptam ao presente e que imaginam futuro.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Muitas vezes se tem justificado alguma manifesta deterioração da relação médico-paciente com a falta de tempo, com o excesso de burocracia e com o aumento exponencial de exames complementares de diagnóstico. Sabemos bem que essas são razões muito verídicas, mas convir-se-á que, por vezes, existe também, ou quiçá sobretudo, uma falta de sensibilidade ou de compreensão por parte dos médicos (bem como de outros profissionais de saúde) das múltiplas formas de que se revestem o sofrimento, a doença, a angústia, o desespero ou a morte. Por outras palavras, existe incompreensão perante tentativas indiretas do dizer ou mesmo de silêncios na declaração de doença por parte do próprio doente, o que tantas vezes compromete irremediavelmente a sintonia na relação fundadora do encontro entre médico e paciente, e que é, ela própria, ocasião de biografia.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Quer isto dizer que existindo, por parte do médico e/ou de outros profissionais da saúde, falhas no conhecimento do humano – um conhecimento que extravasa de tabelas e nomenclaturas anatómicas ou fisiológicas - instala-se já aí uma incapacidade de comunicação porque incapaz de aceder a uma efetiva individuação. Ora, esta individuação é fundamental para o diagnóstico, prognóstico e terapêutica, concebidos não só em si mesmo, ou seja, em abstrato, mas sobretudo adaptados a uma relação com um outro específico, aberta à singularidade do seu rosto, da sua linguagem verbal e corporal, portanto resistente a (se não mesmo incompatível com) consultas no mundo virtual ou à chamada <i style="mso-bidi-font-style: normal;">e-medicina</i>…</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O convívio com a boa Literatura, portuguesa ou estrangeira, e chamo aqui boa Literatura àquela que se foi mostrando ao longo dos tempos exigente do ponto de vista estético, isto é, do trabalho com a linguagem, não exatamente apenas com a linguagem como um valor em si mesma, mas enquanto meio de representação e construção da densidade antropológica e de questionação do mundo, esse convívio - dizia - não significa um mero conhecimento livresco, como muitas vezes é pejorativamente apontado, mas confere ao leitor (ou pode conferir, se a leitura for aprofundada pela suscitação e discussão de questões antropológicas, filosóficas, estéticas, históricas ou mesmo religiosas) uma experiência maturada de vida.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Através de processos de exposição e de identificação, a leitura de textos literários constitui um espaço privilegiado para o desenvolvimento dessa experiência refletida, fazendo com que cada um, e no caso concreto, cada médico se torne mais humano, no sentido em que o humano é um processo sempre em aberto. Com efeito, nunca será demais lembrar que mais do que nascermos humanos, vamo-nos tornando humanos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="Default" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Prof. Doutora Ana Paula Coutinho</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-20203727839243510342014-06-30T09:02:00.002+01:002014-06-30T09:02:52.411+01:00MEDICINA E LITERATURA (1.ª parte)<div style="text-align: justify;">
O seguinte texto, escrito pela
Professora Ana Paula Coutinho a propósito do lançamento do meu livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Que Médicos Queremos? – Uma abordagem a
partir de Edmund D. Pellegrino, </i>foi agora publicado na revista <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Mirabilia Medicinae </b>(2:70-76, 2014):<br />
<br />
Quando, há uns meses atrás, o
Doutor Jorge Cruz teve a amabilidade de me contactar a pretexto da alegada
revisão linguística do seu livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Que
médicos queremos?</i>, a leitura das suas páginas, redigidas de forma clara e concisa,
num estilo acessível a um público alargado, embora sem concessões a um qualquer
simplismo didático-comercial, logo me tornou evidente que a razão mais
importante desse seu ato de confiança tinha outro nome, a saber: a Literatura
na sua relação com a Medicina, ou vice-versa.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Foi no contexto do Curso de
Doutoramento em Bioética na Universidade Católica que tive a oportunidade de
conhecer o Doutor Jorge Cruz, tal como outros profissionais da saúde que
constituíam a maioria dos participantes da pós-graduação. Fora com grande
satisfação que tomara conhecimento do propósito da Direção desse Curso,
promovido pelo Instituto de Bioética da Universidade Católica, em integrar um
módulo de reflexão a partir de textos literários, em cuja componente letiva
viria a ter o privilégio de colaborar num módulo sobre a representação da
doença, e da morte em particular. Para mim, não se tratava de uma mera questão
de orgulho pessoal (como continua a não ser), ver reconhecida aquela que é a
minha área de formação e de trabalho.</div>
<o:p> </o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Na realidade, estava e está em
causa algo muito mais forte do que isso: uma arreigada convicção da necessidade
de intervenção do cruzamento de áreas de conhecimento que foram sendo afastadas
entre si por interesses vários, e que a evolução histórica da sociedade como do
conhecimento tanto explica como nos obriga a relativizar e a questionar,
justamente porque nos leva a ver que a confluência dos saberes não só esteve na
origem do conhecimento humano, como também o acompanhou durante muitos e muitos
séculos.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Vindo eu do domínio da Literatura
Comparada, entendida esta como área de investigação e ensino das relações entre
a Literatura e outros discursos epistemológicos ou artísticos, a relação entre
Literatura e Medicina impõe-se-me antes de mais como uma evidência histórica,
inscrita já nos textos da Antiguidade Clássica, raízes de todo o nosso
conhecimento e cultura ocidentais, onde ressalta a profunda afeição ao
conhecimento ou à chamada filosofia, atravessada por saberes de medicina,
botânica, astrologia, retórica ou poesia, entre outras formas de abordagem do
Homem e do mundo que o rodeia.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Essa, digamos, convivência de
saberes que virá a conhecer ainda como ícone o Homem do Renascimento ou
genericamente conhecido como “Humanista” (e que, já agora, deu origem a uma
fascinante personagem, Zenão, no inesquecível romance de Marguerite Yourcenar <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Obra ao Negro</i>), essa estreita
convivência, dizia, viria a sofrer um golpe profundo com a divisão entre
Ciências e Humanidades que se consuma, sobretudo, a partir do século XVIII, em
grande medida por influência da chamada Filosofia das Luzes.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Os séculos seguintes
encarregar-se-iam de cavar ainda mais essa separação de águas, desenhando
“ilhas” e “ilhotas” disciplinares em cada um dos caudais (se me é permitido continuar
com essa alegoria topográfica), criando especializações cada vez mais
restritas, onde a celebração de um saber mais específico e aprofundado se tem
tantas vezes perigosamente confundido com uma delimitação possessiva de
território, ou seja, com a sinalização de mais um pequeno domínio de poder…</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Chegados que estamos a um novo
século e a um novo milénio, passada que está, aliás, a sua primeira década, vão
crescendo os sinais e as vozes que apontam para a necessidade de rever este
divórcio secular entre Ciências, umas chamadas “exatas” ou “duras”, outras
“sociais” e “humanas” (e quanto haveria aqui a acrescentar sobre os
pressupostos desses qualificativos!), sendo este segundo grupo aquele que
engloba áreas e disciplinas anteriormente designadas como “Humanidades”.</div>
<br />
<div class="Default" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Prof. Doutora Ana Paula Coutinho</div>
<div style="text-align: justify;">
Professora Associada do
Departamento de Estudos Portugueses e Estudos Românicos da Faculdade de Letras
da Universidade do Porto. Doutorada em Literatura Comparada.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-91746076083945878102014-06-23T09:31:00.001+01:002014-06-23T14:58:34.402+01:00MEDICINA E HUMANIDADES<div style="text-align: justify;">
O texto seguinte foi escrito pelo
Professor Silveira de Brito a propósito do lançamento do meu livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="http://falemosdesaude.blogspot.pt/2012/10/que-medicos-queremos.html">Que Médicos Queremos? – Uma abordagem apartir de Edmund D. Pellegrino</a></i> (Almedina, 2012). Foi agora publicado na
prestigiada revista da Universitat Autónoma de Barcelona <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Mirabilia Medicinae </b>(2:77-80, 2014):</div>
<o:p> </o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Até ao século XVII as pessoas
cultas tinham um domínio dos diversos saberes que ia da Filosofia e Teologia a
todas as ciências. Homens como Platão, Aristóteles, Averróis, Tomás de Aquino e
mesmos os pensadores da escolástica tardia espanhola, por exemplo Francisco de
Vitoria, Francisco Suárez, e, em geral, os pensadores da Escola de Salamanca,
discutiam todas as matérias porque dominavam todo o saber, Filosofia, Teologia,
Direito, Economia, Política, etc. Nesses tempos não havia a distinção entre
letras e ciências e, por isso, no início da Idade Moderna, Descartes tanto
estudava anatomia como discutia os problemas mais intrincados de Filosofia e Teologia.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O último grande espírito
enciclopédico, no genuíno sentido do termo, foi Blaise Pascal. Dominava as
ciências, quer as hoje chamadas ciências formais, como a Matemática, quer as
empírico-formais, como a Física, quer as questões filosóficas e teológicas. No
século XVIII já não encontramos intelectuais tão enciclopédicos, embora
tenhamos que reconhecer que os grandes filósofos, os que deixaram obra
verdadeiramente importante para a História da Filosofia, sabiam imenso de
ciências, como foi o caso de Immanuel Kant, professor em Königsberg, que, sendo
filósofo, também ensinava a Física de Newton.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A separação entre letras e
ciências, iniciada nos séculos XVII e XVIII, foi extremamente empobrecedora
para as duas áreas. E o que se verificou na evolução do conhecimento foi que a
lógica que preside à evolução das ciências, sendo de uma natureza muito própria
– é um pensamento que assume uma racionalidade científica, isto é
técnico-experimental, axiologicamente neutra – permitiu um avanço imenso neste
tipo de conhecimentos. Unanimemente consideramos que sabemos hoje muitíssimo mais
que há 50 anos e enormemente mais do que há dois séculos. Pelo contrário em
Filosofia – pensamento que procura o sentido e a razão de ser do que se pensa e
faz –, o progresso não é evidente e, como escreveu Karl Jaspers, médico e
filósofo alemão, no seu livro <em>Iniciação Filosófica</em>, não sabemos se estamos mais
adiantados ou mais atrasados do que Platão ou Aristóteles, o que origina a
grande tentação de importar para a Filosofia o tipo de raciocínio das ciências,
na esperança enganadora de assim se alcançar um pensamento mais seguro de si e
que progrida.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Esta distinção entre letras e
ciências teve implicações na preparação dos médicos e outros profissionais de
saúde. A investigação e o ensino da medicina centraram-se na doença e acabou
por se perder um pouco de vista a pessoa doente, e isto de um modo especial com
os progressos verificados na segunda parte do século passado. Dantes os meios
de diagnóstico e a capacidade de tratamento de que a medicina dispunha eram
reduzidos. A prática profissional exigia olhar o doente, ler nele os sinais e
esse olhar evitava, porventura, que a atenção se concentrasse apenas na doença.
Hoje, o recurso à parafernália de meios auxiliares de diagnóstico à disposição,
leva os médicos a lerem atentamente análises, relatórios baseados em dados
obtidos por meios que a tecnologia pôs à disposição, o que muitas vezes tem
como consequência que o doente/utente enquanto pessoa, fica um pouco esquecido,
se não mesmo ignorado. Temos aqui, provavelmente, a principal causa da
desumanização dos cuidados de saúde: olha-se para as doenças e seus sintomas e
esquecem-se os doentes.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Em meu entender, a primeira
grande virtude do livro do Doutor Jorge Cruz, é que, na companhia de Edmund
Pellegrino, mostra como não se pode separar a prática da Medicina do estudo da
Filosofia, isto é da reflexão filosófica sobre o sentido do humano, humano de
que faz parte a Medicina. Só se pode exercer Medicina digna desse nome se temos
uma Filosofia da Medicina. Durante os seus estudos de Medicina, Pellegrino
estudou, durante quatro anos, Filosofia e Teologia, matérias que faziam parte
do programa de licenciatura, o que o preparou de um modo privilegiado para o
estudo e exercício da Medicina. Sem uma antropologia filosófica como referência
última do agir, não se exerce medicina digna desse nome, porque esta deve estar
ao serviço do ser humano. Se não sabemos o que é o ser humano, questão
filosófica, como podemos tratá-lo? Como disse o Professor Abel Salazar: “O
médico que só sabe medicina, nem medicina sabe!”.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A segunda grande virtude do livro
é ser uma reflexão profunda sobre a ética dos profissionais da saúde. O autor
não se fica, como acontece em muita Bioética que se ensina nas nossas escolas
de medicina, por enunciar princípios éticos. Dão-se cursos intermináveis sobre
os quatro princípios que devem estar presentes na relação médico/ doente-utente
– autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça –, discutem-se os
conflitos que podem surgir na aplicação desses princípios, mas esquece-se o
fundamental: os princípios têm que ser vividos e não apenas estudados. Como já
dizia Aristóteles: em Ética não chega saber; em Ética deve-se saber para viver.
Diz-se que os princípios devem ser respeitados, porque só assim se respeita a
dignidade humana, valor que deve pautar a atividade clínica.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Mas a vivência dos valores
significa a sua interiorização, significa adquirir aquelas qualidades de
carácter que levam o ser humano à procura habitual do bem; isto é, numa
linguagem rigorosa, mas que hoje fere alguns ouvidos, na sua vivência o
profissional deve praticar habitualmente o bem, isto é, deve ser virtuoso. As
grandes declarações de princípios só têm interesse se forem levadas à prática e
praticar os grandes princípios é, na linha já defendida por Aristóteles, na sua
<em>Ética a Nicómaco</em>, praticar a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">areté</i>,
termo grego que significa virtude. Praticar as virtudes é praticar as
excelências que distinguem, no ser humano, aquele que procura caminhar para a
perfeição, daquele que não a procura.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
E o que o Doutor Jorge Cruz faz
no seu livro é apresentar uma bioética das virtudes, bioética essa
indispensável para que a atividade do profissional de saúde não perca o sentido
do humano, para que a atividade clínica não degenere numa atividade mercantil,
embora também não se possa esquecer a dimensão económica que também tem e o
prestígio social que dá.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Em síntese, hoje a atividade
profissional dos médicos corre dois riscos: ser dominada por um neopositivismo
que tudo sacrifica no altar da ciência, ou reduzir-se a mero mercantilismo,
reduzindo a ser humano ao <i style="mso-bidi-font-style: normal;">homo
economicus</i>.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O livro do Doutor Jorge Cruz
leva-nos a descobrir que a atividade médica é humana: pauta-se pela vivência da
dignidade humana, dignidade humana dos que tratam e dos que são tratados. Se a
leitura do livro <em>Que médicos queremos?</em> levar os profissionais de saúde a
viverem os valores humanos próprios dos profissionais de saúde, este livro, em
minha opinião, terá feito tanto pela medicina portuguesa como todo o
desenvolvimento técnico-científico que a tem acompanhado. Por tudo o que acabo
de dizer, considero importantíssimo que os médicos, e os profissionais de saúde
em geral, leiam este excelente livro.</div>
<o:p> </o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Prof. Doutor José Henrique
Silveira de Brito</div>
<div style="text-align: justify;">
Professor Associado com Agregação
na Universidade Católica Portuguesa (Braga). Doutorado em Filosofia. </div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-56600091023157559082014-06-16T09:45:00.000+01:002014-06-18T09:25:18.434+01:00COMO PREVENIR AS PEDRAS NO RIM?<div style="text-align: justify;">
O tempo quente é favorável à
formação de pedras no rim. O cálculo ou pedra renal forma-se a partir de
substâncias que estão na própria urina. As pessoas que já sofreram de uma
cólica renal e expulsaram a pedra que a causava têm maior probabilidade de
formar novas pedras: aproximadamente 3 em cada 5 pessoas terão um novo cálculo
em menos de 10 anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A medida preventiva mais
importante adequada a todos os tipos de cálculos renais é aumentar a quantidade
de líquidos ingeridos: Beba mais de 2,5 litros de líquidos por dia (uns 12
copos), de preferência água ou sumos de fruta. Beba até conseguir urinar uma
quantidade de 2 litros por dia. Lembre-se de repor mais líquidos em situações
que as perdas estejam aumentadas: calor, exercício, doenças ou trabalho.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A dieta pode ajudar na prevenção:
Modere o consumo de sal, carne, café e bebidas que contenham cafeína, chá e
chocolate.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Para prevenir cálculos que contêm
cálcio, diminua a quantidade de alimentos ricos em oxalato como os espinafres,
as couves, a beterraba, as nozes e os amendoins.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Apesar de sempre se ter aconselhado
o contrário, atualmente recomenda-se que não restrinja o cálcio da dieta (leite
e derivados) pois tal restrição poderá aumentar o risco de formação de
cálculos.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Aumente o consumo de alimentos
ricos em citrato como o limão, a laranja, a cidra, a lima, a toranja, o kiwi, a
groselha e a goiaba.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Como medidas preventivas
adicionais, deverá ainda fazer exercício físico. Caminhe diariamente a bom
ritmo; é benéfico para a sua saúde e pode ajudá-lo a evitar a formação de novos
cálculos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Fonte: Guia Prático de Saúde</div>
<o:p> </o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/kd1OgaoHkNk" width="560"></iframe><br /></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-60599190286096257272014-06-11T09:10:00.001+01:002015-06-12T17:42:33.272+01:00RECOMENDAÇÕES PARA OS BANHISTAS<div style="text-align: justify;">
Abriu no início do mês a época
balnear em Portugal. As recomendações do Prof. António Vaz Carneiro, no vídeo
seguinte, parecem-me muito sensatas e baseadas em evidências científicas.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/iLdfQ9h_iHQ" width="560"></iframe></span><br /></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-51730619149910462922014-05-29T09:14:00.000+01:002015-05-16T15:37:16.504+01:00A SINFONIA DA VIDA<div style="text-align: justify;">
«Os slogans que proclamam que o
embrião é parte do organismo materno, que o aborto provocado é como qualquer
outra intervenção, que a mulher tem plenos direitos sobre o seu ventre, e por
aí fora, ofendem a seriedade da ciência antes mesmo de ofenderem a moral».</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Elio Sgreccia, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Manual
de Bioética</i>, Princípia, Cascais, 2009, p. 542.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/XkDfICCncwQ" width="560"></iframe></span><br /></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-19809714956982780732014-05-26T09:02:00.000+01:002014-06-21T15:46:18.724+01:00ESTAR SENTADO É MAU PARA A SAÚDE<div style="text-align: justify;">
São bem conhecidos os inúmeros
benefícios do <a href="http://falemosdesaude.blogspot.pt/2012/03/um-dos-primeiros-posts-que-publiquei.html">exercício físico</a>. Mas estudos recentes revelam que o
próprio facto de se estar sentado muitas horas por dia tem consequências negativas
para a saúde, mesmo que se procure compensar essa mobilidade reduzida com a
prática desportiva. Parece que a solução passa por encontrarmos formas ativas
de exercitar os músculos durante os longos períodos em que permanecemos
sentados, como recomendam os seguintes vídeos.</div>
<o:p> </o:p><o:p> </o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/D28-L8B2Sek" width="560"></iframe><o:p></o:p></span><br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/zf9zz8Zwrbo" width="560"></iframe></span><br /></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-58287368605232449092014-05-19T09:10:00.000+01:002014-05-19T09:11:58.515+01:00O ABAFADOR<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglc7GC-MPhSOSTPN-qkYRRaX3hm_D9Jm70LDGcmnTqw0AM4IkgfslLzMdKOuAbhu9z35BsNIbvp9nEZktSG7tnz6PD14b-5HAEOrS2VJ2OcPYPpPvCuzjBukIl_VOpxppjXMaiZhatBBs/s1600/Abafador1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglc7GC-MPhSOSTPN-qkYRRaX3hm_D9Jm70LDGcmnTqw0AM4IkgfslLzMdKOuAbhu9z35BsNIbvp9nEZktSG7tnz6PD14b-5HAEOrS2VJ2OcPYPpPvCuzjBukIl_VOpxppjXMaiZhatBBs/s1600/Abafador1.jpg" height="320" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Em algumas culturas, havia o
costume pagão de acelerar a morte de pessoas com doenças graves supostamente
incuráveis, por meio do estrangulamento ou da sufocação. Miguel Torga, no seu
livro Novos Contos da Montanha, apresenta a personagem Alma Grande, também chamado
de pai da morte ou abafador, que existia em algumas aldeias rurais de Portugal.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
“Entrava, atravessava impávido e
silencioso a multidão que há três dias, na sala, esperava impaciente o último
alento do agonizante, metia-se pelo quarto dentro, fechava a porta, e pouco
depois saía com uma paz no rosto pelo menos igual à que tinha deixado ao
morto.” <span style="font-size: 10pt;">(M. Torga, «O Alma Grande», <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Contos</i>. Lisboa: Dom Quixote, 2001)<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Contudo, como este conto retrata
de forma magistral, nem sempre as doenças eram fatais. Lemos mais à frente
nesta narrativa: “o Alma Grande olhara pela primeira vez a escuridão do seu
poço”. <o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Matar, mesmo por motivos
altruístas, não dignifica ninguém.</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-48351960718277947392014-05-14T22:17:00.000+01:002014-05-14T22:17:43.586+01:00DESPORTO E ATIVIDADE FÍSICA <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGuSZ6Nh97SbL1xWuW5nGlimRtABFGpYZz34W1HJ03-90AIscD2aeA5iLlEOffRANKmsj0krHnT0LtLyIqvAo2hdxiy-O8mxheq9GEhWEqM89A-vpbs4hVlieX59diacqNpv9EM4tWOBk/s1600/health_and_sports.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGuSZ6Nh97SbL1xWuW5nGlimRtABFGpYZz34W1HJ03-90AIscD2aeA5iLlEOffRANKmsj0krHnT0LtLyIqvAo2hdxiy-O8mxheq9GEhWEqM89A-vpbs4hVlieX59diacqNpv9EM4tWOBk/s1600/health_and_sports.jpg" height="184" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A atividade física e os desportos
saudáveis são essenciais para a saúde e bem-estar. A evidência científica e a
experiência disponível mostram que a prática regular de atividade física e o
desporto beneficiam, quer fisicamente, quer socialmente, quer mentalmente, toda
a população, de todas as idades, incluindo pessoas com incapacidades.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A atividade física reduz o risco
de morte prematura; diminui o risco de morte por doenças cardíacas ou acidente
vascular cerebral, que são responsáveis por 1/3 de todas as causas de morte;
reduz o risco de doenças cardíacas, cancro do cólon e diabetes tipo 2; ajuda a
prevenir/controlar a hipertensão, que afeta 1/5 da população adulta mundial; ajuda
a controlar o peso e diminui o risco de obesidade; ajuda a prevenir a osteoporose,
reduzindo o risco de fratura do colo do fémur; reduz o risco de desenvolver
dores lombares; favorece o crescimento e manutenção de ossos, músculos e
articulações saudáveis; promove o bem-estar psicológico e diminui o stress,
ansiedade e depressão; ajuda a prevenir e controlar comportamentos de risco (como
tabagismo, alcoolismo, toxicofilias, alimentação não saudável e violência),
especialmente em crianças e adolescentes.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Os benefícios para a saúde
geralmente são obtidos através de pelo menos de 30 minutos de atividade física diária
moderada. Este nível de atividade pode ser atingido através de atividades
físicas agradáveis, tais como caminhar para o local de trabalho, subir escadas,
jardinagem, dançar e muitos outros desportos recreativos. As crianças e
adolescentes necessitam de 20 minutos adicionais de atividade física vigorosa,
3 vezes por semana, enquanto que o controlo do peso corporal requer pelo menos
60 minutos diários de atividade física vigorosa/moderada.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A atividade física também tem
benefícios económicos, especialmente porque reduz as despesas com a saúde,
aumenta a produtividade e melhora o ambiente físico e social.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Fonte: Direção-Geral da Saúde</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-14343670434000823272014-05-11T15:44:00.001+01:002014-05-12T09:09:59.740+01:00SELÉNIO E PREVENÇÃO DO CANCRO<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4A7n25O6P8_aocpJPSWEV_pdTgmr97tve2tFXUUwsWZ0Ucj1Ul4SuSAtpQthYWY-gZbvqZQr0v0Frnhf_9E-JEJXact7XbtmlhoLZiTRS-UIeL5Gd5WppwdxEggu09TKZTuyZsW5kzsc/s1600/selenium.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4A7n25O6P8_aocpJPSWEV_pdTgmr97tve2tFXUUwsWZ0Ucj1Ul4SuSAtpQthYWY-gZbvqZQr0v0Frnhf_9E-JEJXact7XbtmlhoLZiTRS-UIeL5Gd5WppwdxEggu09TKZTuyZsW5kzsc/s1600/selenium.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<br />
O selénio é um mineral com atividade
antioxidante, indispensável para o normal funcionamento do organismo. Pertence
ao grupo dos micronutrientes que, tal como o nome indica, são necessários em
pequenas quantidades na alimentação humana.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
As carências nutricionais em
selénio são muito raras e estão geralmente associadas a malnutrição. Além
disso, apesar de alguma publicidade falaciosa, até ao momento não se
encontraram evidências de que o consumo de suplementos de selénio, sob a forma
de comprimidos ou ampolas, seja benéfico na prevenção do cancro.</div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-8094354098151109742014-05-06T08:52:00.000+01:002014-06-21T15:47:40.045+01:00CELEBRANDO A DIFERENÇA<div style="text-align: justify;">
Nascem cada vez menos crianças
com trissomia 21 na maioria dos países ocidentais, devido às políticas
agressivas de diagnóstico pré-natal e abortamento. Estou certo que a sociedade
ficará mais pobre.<br />
<br />
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/Ju-q4OnBtNU" width="560"></iframe></span><br /></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-2292583129976325672014-05-05T09:01:00.000+01:002014-06-21T15:48:13.698+01:00A MELHOR FRUTA É A MAÇÃ? <div style="text-align: justify;">
Comer uma maçã todos os dias
poderá reduzir de forma significativa o risco de doenças cardiovasculares. Um
estudo da Universidade de Oxford publicado no British Medical Journal em
Dezembro passado, revelou que o consumo de uma maçã todos os dias poderá
prevenir anualmente 850 enfartes do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais
no Reino Unido. Essa diminuição é quase tão potente como a que se obtém com as estatinas, medicamentos utilizados para baixar os níveis elevados de colesterol no sangue. Já diziam os antigos ingleses, "an apple a day keeps the doctor away".<br />
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/1A8DGF6bZME" width="560"></iframe></span><br /></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-55479153251262030782014-04-30T11:12:00.002+01:002014-06-21T15:48:41.843+01:00O VOLUNTÁRIO DE AUSCHWITZ<div style="text-align: justify;">
Witold Pilecki, capitão do
Exército do Estado clandestino polaco, fez algo que mais ninguém teve a coragem
de repetir: voluntariar-se para ser preso em Auschwitz, o mais violento e
mortífero campo de concentração nazi, e, dessa forma, relatar os horrores ali
praticados pelo Terceiro Reich.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
A missão, realizada entre 1940 e 1943, tinha dois objetivos: informar os
Aliados sobre as práticas nazis nos seus campos de concentração, dos quais se
conheciam, então, apenas algumas informações esparsas, mas muito preocupantes;
e organizar os prisioneiros em grupos de resistência contra as forças alemãs,
na tentativa de controlar o campo. Sobrevivendo a muito custo a quase três anos
de fome, doença e brutalidade, Pilecki foi bem-sucedido na sua missão,
conseguindo evadir-se do campo de concentração em abril de 1943.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<i><a href="http://www.wook.pt/ficha/o-voluntario-de-auschwitz/a/id/15304821">O Voluntário de Auschwitz</a></i> é o relatório mais extenso do capitão Witold
Pilecki, completado em 1945, no exílio. Escondido pela ditadura comunista na
Polónia durante mais de 40 anos, este documento único na história e na
literatura sobre Auschwitz, a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto é agora
publicado pela primeira vez em português.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/LWDXAAWv1hw" width="560"></iframe></span><br /></div>
JORGE CRUZhttp://www.blogger.com/profile/05219583747115019794noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3354305168754353335.post-64157370135223014632014-04-28T08:46:00.003+01:002014-06-21T15:48:58.118+01:00A CHAVE DO COMBATE AO STRESS<div style="text-align: justify;">
Uma das mais completas definições
de stress que conheço é apresentada pelo Prof. Adriano Vaz Serra na obra<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-fareast-language: PT;"> O
distúrbio de stress pós-traumático</span></i><span style="mso-fareast-language: PT;"> (2003, p.5)</span>: “Quando a circunstância vivida é considerada
importante para o indivíduo e este sente que não tem aptidões nem recursos
(pessoais ou sociais) para superar o grau de exigência que a circunstância lhe
estabelece, então entra em stress. O stress surge quando o ser humano
desenvolve a perceção de não ter controlo sobre a ocorrência. A perceção de não
ter controlo pode ser real (de facto, o individuo não tem aptidões nem recursos
pessoais e sociais que lhe permitam ultrapassar as exigências criadas pela
situação) ou distorcida, isto é, o indivíduo tem aptidões e recursos mas sente
subjetivamente que não são suficientes ou que não é capaz de os usar
adequadamente.” </div>
<div style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No vídeo seguinte o Dr. Mike
Evans sublinha que uma das formas de combater os efeitos negativos do stress é
através de uma mudança de atitude no que respeita aos padrões de pensamento e
apresenta algumas sugestões para o combater.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/I6402QJp52M" width="560"></iframe></span><br /></div>
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